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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Engrenagem da existência


Descrever os sentimentos não é uma tarefa fácil. Falo por mim. Cada um tem a maneira de encarar o “mergulho” da existência. Leitor imagine falar do amor preso nos recantos do coração, que só quem sente é que sabe a verdadeira sensação que se passa na engrenagem do peito. Não está à vista, mas tratar-se de uma emoção intrínseca envolvente; saudades sem limites; articulações subjetivas; pensamentos em interação com a realidade... Essência da própria alma. Podemos até tentar, todavia, nada explica as dimensões emocionais que afetam a existência do ser humano. Isso é um fato. Quando a pessoa começa a se relacionar com o social, sempre estará exporto aos conflitos da realidade logo no primeiro contato com o mundo.
            O coração carrega a iminência da essência, ou seja, constitui a própria natureza da realidade. “Não importa a distância que nos separa, mas sim o amor que nos une”. Essa frase serve de consolo para afagar os redemoinhos de lembranças encarcerados na mente, é uma maneira do viver, uma busca da existência feliz, uma forma de encarar a real circunstância. Cai como uma “luva” para suportar a saudade dos corações amanteigados. Dentro do circulo interpretativo dos sentimentos e as perspectivas do ser nas estruturas que dão sustentação ao processo com o mundo interior, chega-se a uma conclusão do tamanho da complexidade sensitivo das pessoas (é claro que nem todos pensam e agem da mesma forma e nem devia, os momentos são íntimos). Mas uma coisa é certa, viver é muito simples. Ser feliz é mais simples ainda. Viver e ser feliz são inexplicáveis. É a própria vida. O conceito de emoção é universal, no entanto, as expansões culturais das experiências é o diferencial das variações que reage nas pessoas às questões impostas pela a ambientação do instante.
            O tema em questão é assunto recorrente entre alguns especialistas que buscam entender “à luz da consciência dos sentimentos obscuros e recalcados” do ser humano. É impossível entender os afetos enigmáticos das matrizes psíquicas. “as emoções são expressões afetivas acompanhadas de reações intensas...” Com os pensamentos focados em estimo apreço e com toda a sentimentalidade envolvente da pessoa amada, tudo faz lembrar o caminho percorrido do até então. As reações comportamentais, a maneira expressiva, os movimentos exploratórios, a respiração ofegante, a aceleração cardíaca... Todas as manifestações presentes na vida remetem as lembranças da pessoa por quem o coração pulsa. Quando a ação é intensa e verdadeira a efervescência constitui o alimento da alma, seja qual forem às flutuações das reações enérgicas, o conflito dos sentimentos estará sempre vivo.     
            A emoção é automática e inconsciente. Variam na intensidade de pessoa para pessoa e pode ser negativa ou positiva. Todas as formas são usadas para sanar as sensibilidades aprisionadas ao peito quando no instante vazio. Seja olhar as fotografias dos momentos felizes, refazer o percurso do caminho o qual andaram juntos... Tudo vale para avivar os pensamentos na figura da pessoa por quem o fogo queima.
        
(*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail: josselmo@hotmail.com
 

Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 04/10/2014 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:
http://www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx

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