32.12.2012, ou melhor, 1º de
janeiro de 2013. A
partir dessa data, passam a valer somente as novas regras definidas na reforma
ortográfica da língua portuguesa. Até lá, ainda serão admitidas como
corretas as duas regras. É que a reforma, em vigor desde 1º de
janeiro de 2009, disponibilizou um período transição de quatro anos para
as devidas adaptações dos impressos (livros, dicionários, etc.) e para que os
falantes incorporem as novas formas de escreverem o português. Escrever!
Atentai bem! Porque as mudanças foram apenas na forma de escrever, de grafar as
palavras (ortografia deriva dos gregos ortho = correto; e graphos =
escrita). Com a reforma, alegam seus protagonistas, haverá uma maior aproximação
cultural e científica entre os lusófonos e um maior prestígio
internacional da língua portuguesa. É esperar pra ver.
As
mudanças ocorreram basicamente em quatro campos: 1. No alfabeto - foram
acrescentadas as letras k, w e y, que agora fazem parte do nosso abecedário.
Elas furam a fila e ficam entre: j k l, v w x y z; 2. No trema, aqueles
dois pontinhos que em alguns casos vivem montados nas costas do u –
que foi eliminado das palavras portuguesas e aportuguesadas. Palavras como
linguística, ubiquidade, tranquilo agora estão livres desse incômodo, mas
continue falando “lingüiça”, “ubiqüidade”, “tranqüilo”. O trema continua
presente nas estrangeiras: Müller, Bündchen, essa uma brasileiríssima
de sucesso nas passarelas); 3. Na acentuação (retirada dos acentos agudo e
circunflexo de algumas palavras. O EI e o OI de paroxítonas perdem o
acento. Antes: assembléia, colméia, asteróide; agora: assembleia, colmeia,
asteroide; antes: crêem, lêem, vôo; agora: creem, leem, voo; e 4. no
emprego do hífen, aquele tracinho que serve para unir sequências (não tem
mais hífen) de palavras, compostos, locuções e nas formações com prefixos.
Agora ficou mais lógico, embora ainda confuso. Alguns exemplos: o parceiro
do réu no processo (co-réu) passa a ser corréu (achou estranho? Sua companheira
é corré); perdem o hífen locuções como fim de semana, mão de obra;
emprega-se o hífen quando o prefixo termina com vogal igual à que inicia o
segundo elemento: anti-inflamatório, micro-ondas; se as vogais forem
diferentes, esqueça o hífen: extraoficial, contraindicação,
semiárido, mas cuidado! Há caos em que essa regra não se aplica:
pré-escolar, vice-presidente, não-agressão.. Complicou? Aí é outra história.
Fica para a próxima. Um abraço!
Orisvaldo Mineiro
Jornal Diário do Povo do Piauí
16/07/2012