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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Provérbios

Há três coisas que nunca volta atrás: A flexa lancada, a palabra pronunciada e a oportunidade perdida. (provérbio Chines)

Nunca puxe o tapete dos outros, afinal você também pode estar em cima dele. autor desconhecido)

SMF PI

São Miguel do Fidalgo é um município brasileiro do estado do Piauí. Localiza-se a uma latitude 07º35'10" sul e a uma longitude 42º22'12" oeste, estando a uma altitude de 200 metros. Possui uma área de 786,61 km².

Na Lagoa do Fidalgo o Sertão vira Mar

Lagoa do Fidalgo (Balneário Luis Texeira)

Texto publicado no site http://www.overmundo.com.br/overblog/na-lagoa-do-fidalgo-o-sertao-vira-mar, por Joca Oeiras, o anjo andarilho.,em 7/8/2008, um belissimo texto da cidade onde nasci, achamos por bem renova - lá, publicando novamente neste blog para uma maior apreciação dos leitores, das maravilhas que existem neste lugar fantástico.

Introdução:

A primeira vez que ouvi o Carlos Rubem (Bill) falar na Lagoa do Fidalgo foi quando entregamos ao Governador Wellington Dias, uma carta aberta, em nome da Fundação Nogueira Tapety – FNT e outras instituições locais, pedindo a abertura de um centro cultural do BNB no Sobrado Major Selemérico que, restaurado há mais de um ano, ainda se encontra, lamentavelmente, fechado. Na conversa, Bill referiu-se de passagem à Lagoa – situada no hoje município de São Miguel do Fidalgo, terra onde viveu o governador e onde ainda reside grande parte de sua família, mãe inclusive – porque havia se entusiasmado com uma correspondência enviada pelo então prefeito de Oeiras, Coronel Orlando de Carvalho que, já em 1943, indicava, ao governo do Estado Novo, aquela Lagoa como uma promissora atração turística. Conforme Bill me relatou, posteriormente (eu não estava presente na hora), Wellington se mostrou bastante interessado no assunto tendo, inclusive, dito a ele que encomendara, tempos atrás, a um profissional da área de Turismo, um projeto para a edificação de um balneário naquela localidade.

O Projeto Banco de Areia

Tendo entrado em contato, por e-mail, com Enéas Barros, o Consultor de Turismo e Coordenador do Curso de Turismo da “Associação de Ensino Superior do Piauí – AESPI, entre outras atividades profissionais, obtivemos dele uma cópia do Projeto intitulado “Banco de Areia, uma intervenção do governo do Piauí em São Miguel do Fidalgo” (Para quem não sabe, a localidade que deu origem a São Miguel do Fidalgo era conhecida como “Banco de Areia”). Este trabalho tornou-se minha companhia obrigatória às vésperas da viagem que empreendemos à região. Ele me ajudou muito a enxergar, por outros diversos ângulos, a complexa questão da criação de um pólo turístico (Balneário) na Lagoa do Fidalgo, Voltarei a falar no assunto.

A Viagem

Durante o 5º Festival de Inverno de Pedro II (maio/2008), Bill voltou a falar no assunto, desta vez com o Secretário de Turismo do Piauí, Sílvio Leite. Chegamos, até, a marcar uma data, o dia 20 de junho, para – juntamente com o Secretário – fazermos uma visita à região. Alegando compromissos de última hora, o Sílvio não pôde vir no dia 20 e nós acabamos decidindo ir, apenas Bill e eu, (muito bem) acompanhados pela esfuziante fotógrafa Lúcia Vanda, na última quinta-feira, dia 26 de junho de 2008.

Por volta das 15h30min partimos na direção de Colônia do Piauí, na PI 143, estrada que liga Oeiras a Simplício Mendes a qual percorremos até o km 40, quando entramos em uma estrada de piçarra que nos levaria a São Miguel do Fidalgo, 46 km depois.

A estrada estadual, ao menos nesse trecho, já viveu dias melhores e não faz muito tempo. Já tem gente chamando-a de “paisagem lunar” tantas e tão grandes são as crateras que ostenta. A piçarra, recém colocada, estava bem menos ruim e pudemos chegar ao nosso destino, sãos e salvos, por volta das 18h.

Apesar de termos sido convidados para nos hospedarmos em casa da prefeita Sianena (Maria Salomé da Silva Cronemberger) nossa intenção inicial era ficar no “Hotel Barroso”, eufemismo utilizado para qualificar uma pequena casa de cômodos que – pasmem! – encontrava-se com sua lotação esgotada (pelo que entendi, de três quartos, dois são ocupados por pensionistas fixos e o terceiro a dona não tinha certeza, até aquela hora, se seria desocupado ou não nesse dia. A solução, aliás extremamente agradável, foi aceitarmos a hospitalidade da Sianena. E que hospitalidade! Mesmo com sua convenção eleitoral marcada para dali a dois dias, tanto a Sianena, as moças que trabalham com ela como seu filho Paulo, pai “fresco” de um lindo bebê de dois meses não mediram esforços para que nos sentíssemos em casa.

A nota dissonante – entoada em altíssimos decibéis – veio de uma pequena casa pela qual passamos e Bill entendeu de informar-se com os moradores a respeito de onde seria dançada uma quadrilha da terceira idade. De dentro da casa surgiu uma mulher, que, a plenos pulmões, gritou, com um vozeirão apavorante: – O QUE É QUE VOCÊS QUEREM? Fosse homem e eu temeria por nossa integridade física, mas, sendo uma mulher, que depois nos contou, era setuagenária, a gente conseguiu acalmá-la e eu até a convidei para dançar quadrilha comigo. Não aceitou!

Passado o susto, e conformados com o fato de que a quadrilha já tinha sido realizada, dirigimo-nos a um simpático bar onde nos encontramos com uma figuraça chamada Galego de Zeca do Jeep. O pai do Galego, em sua época, possuía o único jeep da cidade, daí o apelido. Foi neste bar que fizemos as tratativas para a visita à Lagoa que seria efetivada, por nós, nas primeiras horas da manhã do dia seguinte.

O Passeio na Lagoa

Como não havia nenhum barco a motor disponível, tivemos de nos conformar com uma canoa a remo. Quando chegamos no local combinado, por volta de seis e meia, o canoeiro contratado já nos esperava, segundo disse, há um bom tempo. Ele nos explicou que, a partir das 7h30min da manhã, o vento começa a soprar, formando o que eles chamam de Maretas, com o encarpelamento das águas e conseqüente dificuldade de remar contra a maré, isto é, que teríamos pouco mais de uma hora para um passeio seguro. Apesar do meu medo, e dos meus 120 kg, resolvi encarar a viagem. Não me arrependi.

A Lagoa, um verdadeiro mar de água, é de uma beleza difícil de descrever e pudemos flagrar inúmeros e belíssimos pássaros, principalmente garças e mergulhões, mas também marrecos e outros menores. A vegetação no entorno também confere a ela uma beleza sertânica que nos arrebata e faz a festa da fotógrafa .Flores multicoloridas, carnaúbas, paus retorcidos; cada menor detalhe não escapa das lentes da exigente coletora de imagens. De repente, a revoada de um bando de marrecos. Esse “Mar” em pleno Sertão possibilita a prática de inúmeros esportes aquáticos como o windsurf, esqui aquático, caiaque, canoagem e muitos outros que a ignorância não me permite declinar. No caminho encontramos dois barcos de pescadores cuja pesca não fôra muito proveitosa: piranhas em quantidade e um filhote de surubim que a nossa amiga cearense (que tem nos peixes a sua refeição preferida) fez questão de fotografar em close. Nessa hora e meia navegando, percorremos cerca de dez km entre a ida e a volta e nem chegamos perto do local onde ela ostenta o maior diâmetro, que fica defronte ao “Bar do Luís”.

O “Balneário” ou “Bar do Luís”

Depois da aventura, bem sucedida, na Lagoa do Fidalgo, resolvemos ir, de carro, conhecer o “Bar do Luís”. Segundo informações, também era um restaurante que servia os mais variados tipos de comidas, especialmente peixes.

Como nos perdemos, acabamos chegando a um povoado denominado “Fonte de Fátima” e, lá,“contratamos” duas jovens para nos indicarem o caminho. As nossas “guias”, no entanto, por simpáticas e solidárias que fossem (e eram), demonstraram-se totalmente incompetentes na tarefa de nos fazerem chegar no local. Voltas e mais voltas foram dadas até que, finalmente, com a ajuda de um motoqueiro, conseguimos chegar. Este “passeio”, dado à nossa revelia, possibilitou-nos avaliar que inúmeros esportes radicais com a moutain bike e diversos rallys podem ser, perfeitamente, praticados na região. Propiciou-nos, também, a captação de belas imagens de um vaqueiro vestido a caráter, de criações diversas, de paredões de pedra, em tudo semelhantes aos da região de São Raimundo Nonato e da uma rica vegetação típica dos Sertões de Dentro do Piauí.

Ao chegarmos, no entanto, ao mesmo tempo em que nos extasiávamos com a paisagem paradisíaca, encontramos – suprema decepção – o local fechado e trancado com cadeados desde o portão externo. Foi aí que o Promotor de Justiça, Carlos Rubem (Bill) cometeu o primeiro ato delituoso em toda a sua Santa Vida. Quem conhece o Bill sabe que ele não é homem para se conformar, sem luta, a condições adversas. Alguns minutos depois, incentivado por mim e pela Lúcia Vanda lá estava ele estourando, com uma chave de rodas, o cadeado do portão: não perderíamos a viagem, estávamos, por assim dizer, no quintal da propriedade. Ainda não se tratava da conquista definitiva, mas já nos encontrávamos no perímetro do local que almejávamos ocupar. Se, de direito, o promotor cometia, nesse momento, um ato delituoso, de fato nada havia de criminoso sendo praticado ali! Faltava, é claro, de nossa parte, qualquer intenção de roubar ou prejudicar a livre fruição da propriedade de outrem, como bem nos explicou o Bill.

Relutamos, no entanto, em dar um segundo passo natural, que seria estourar o cadeado que abriria as portas do Bar propriamente dito, inclusive porque, para chegar ao seu interior, bastava uma pessoa pular um muro não muito alto (o bar se abre para um pátio interno). Instamos uma das nossas “guias”, a Francinete, a pular a cerca e nos provisionar de cervejas e de uma garrafa inteira de Campari, visto que ela não encontrou nem um celular de Mangueira, minha bebida preferida, dentro do bar. A moça nos informou, também, da existência de uma certa quantidade de peixes congelados, e nós decidimos que faríamos uma refeição ali mesmo. Foi aí que aconteceu de tomarmos um susto: quando ligou o fogão, este começou, literalmente, a pegar fogo e a Francinete correu, toda espavorida, para nos avisar. Foi aí que, já sem cometer nenhum vestígio de delito, por ser evidente o motivo de “força maior” ou perigo iminente, o nosso promotor-herói (Búfalo) Bill arrebentou, em uma fração de segundos, o outro cadeado. O fogo se demonstrou inócuo (tanto que nem fez fumaça) e nós conquistamos mais este território. Agora o regabofe podia ser completo: fritar o peixe, jogar sinuca e comer e beber sentados à mesa.

Foi quando chegou o Neto, pessoa que, pelo menos até aquele dia, estava encarregada de tomar conta do “balneário” nas ausências do proprietário, o Luís.

E sem ser, em nenhum momento, indelicado, principalmente quando entendeu que não haveria possibilidade de tomar prejuízo, o homem começou a destilar um mau humor aparentemente atávico, deixando claro, no entanto, que não era conosco, ou por nossa causa, mas que estava, há muito tempo, com o saco cheio.

–Vou-me embora amanhã!, repetiu, várias vezes. Aí ele ainda tentou nos dissuadir de fritar o peixe, alegando, primeiro, que ele estava estragado e depois, dizendo que o “piau” tinha mais espinhas do que carne. Separamos cerca de oito peixes, evisceramos, lavamos, e eu temperei com sal grosso e uma providencial pasta de alho (aliás, trata-se de um restaurante equipado). Depois peguei um pacote de farinha de mandioca grossa, passei na peneira e coloquei sobre os peixes, a esta altura, já descongelados, encapando-os. Fritei os bichos numa frigideira bem aquecida onde misturei óleo e manteiga de garrafa.

Os peixes se demonstraram deliciosos e só quem mastigou espinhas foram os gatinhos. Nos fartamos, como diria uma amiga lá da Parnaíba, depois de traçar dez cordas de caranguejo regadas com muita cerveja.

O retorno

Houve um consenso entre nós: a volta revelou-se muito mais rápida do que a ida, o que bem demonstra o quanto nos perdemos no caminho. Antes do final do dia, já estávamos nos arredores da casa da Sianena e aproveitamos para banhar num dos poços jorrantes de águas quentes (cerca de 32°) e sulfurosas. Mais que um banho, uma bela farra, muito embora eu esteja convencido de que as palmas das minhas mãos ficaram ressecadas devido ao contato delas com aquela água com enxofre.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O BRILHO DOS TEUS OLHOS

Os teus olhos de mel brilham sobre a tua face
Você pra mim, é como as flores
Que são o símbolo natural de tudo quanto é belo, puro e delicado.
Você desperta-me tudo o que há de mais formoso.

Não há como traduzir
Tão grande sentimento
Nem nos mais reais e belos versos.
Apenas cantarei o que me vem de estro.
A poesia faz nascer da gente
O espírito dominante da complacência.
O deus da poesia me deu a liberdade
De baixar sobre o papel toda a vontade
E o amor que tenho entre todas as coisas mais belas: você.

Que vontade de tê-la ao meu lado...
nos meus braços...
Que inspiração! Que idéias me vêm de você.
Dois minutos que fico a pensar
E que saudades eu tenho.
O meu coração inocente, espera.

Em mim, desde antes, recaiu um platonismo delicado
De certa pureza ideal, própria das almas elevadas
E dos corações bem formados.
Um verdadeiro amor-próprio!

Os teus lábios são um encanto natural.
Em prosa ou verso, cantarei a aurora da vida
Cantarei tudo o que a beleza merece:
O amor, a pureza, a aventura!
Ah, que vontade que eu tenho
De cantar o amor, a emoção, a ternura...
Por ti, a esperança aparece!

                                                                 Josselmo Batista