Dia 15 de fevereiro do corrente ano,
abri o jornal Diário do Povo do Piauí
na página 2 Opinião e deparei-me com uma
crônica intitulada “O reizinho mandão”
assinada por Francisco de Assis Sousa, professor de língua Portuguesa e
Literatura Brasileira no Ensino Fundamental em Vila Nova do Piauí e no
Médio em São Julião
– PI.
O professor no texto expressa com
indignação a forma como os professores são tratados pelo governador do Estado. É
lamentável que em pleno século XXI os professores que deveria ser uma das
classes mais bem pagas pelos Estados brasileiros, seja tratada com desrespeito
pelos governantes. Estado pobre é Estado sem conhecimento e sem cultura. ‘País pobre é país sem cultura’. Para existir conhecimento e cultura em um povo
é preciso ter um guia na construção do fundamento.
No texto, o docente afirma que “algo
extraordinário está acontecendo no Piauí. Foi anunciado um reajuste de 7,97%
para os professores do Estado. A que ponto a sociedade chegou. O mero
cumprimento de uma lei vira espetáculo nas capas dos jornais e sites do Estado,
inclusive no do SINTE, sindicato que representa a categoria”. Parabéns ao
sindicato pela conquista. Parabéns aos professores por conseguirem o reajuste. Parabéns
ao governador pelo cumprimento da Lei Nacional do Piso. Em contrapartida o
governador pediu empenho dos docentes e resultado imediato para garantir bons
números nos índices que mede o desenvolvimento da Educação Básica. O que mais causa
desconforto ainda é saber a luta que os docentes tiveram para que a Lei fosse
cumprida. Causa desanimo.
A respeito do reajuste dos salários,
o professor afirma que o governador numa fala disse: “Esse sacrifício
financeiro que o governo está fazendo tem que ter resultados positivos para
toda a sociedade”. Sim, Senhor. Povo com conhecimento, povo sabido. A base da
formação do ser humana é a educação. Seja essa educação adquirida em casa, na
escola, na rua. O povo em geral tem de ter uma boa educação, para repassar uma
boa educação. O governador não era para ter ‘sacrifício’ em pagar os pífios
salários. Somos sabedores que, juntado os salários de todos os profissionais da
educação no Estado à folha chega a uma quantia razoável. Mais essa é a Lei. Dinheiro
para pagar tem. ‘Sacrifício’ o governador deveria fazer como bem cita Francisco
de Assis Sousa era extinguir os contracheques de alto valor “destinados aos
afilhados políticos que desfilam pelo Karnak e demais órgãos governamentais” e
que não gera resultado nenhum, não fazem esforços algum, não contribuem
patavina.
O professor tem um dia árduo.
Sacrifica à família, finais de semana, feriados, passa noites elaborando
tarefas. Estudam nas férias. Paga cursos de especialização, mestrado entre
outros cursos de aperfeiçoamento com as economias dos míseros salários. Todos
os profissionais passam pelos ensinamentos dos professores. Infelizmente a
estrutura educacional para os que mais precisam deixam muito a desejar. Começa
pela falta do alicerce da estrutura educacional do Estado, pelos reles salários
pagos aos profissionais da educação, pela falta de incentivos um tanto quanto
para o docente como para discente.
(*)
Josselmo Batista Neres