Observando, adjetivando,
interpretando, informando, alertando, apaziguando... a vida segue a sua forma
continua e, com a mão na pena do ofício, o ser de alma saltitante tende a contribuir
com a construção plena da elevação da consciência humana. As palavras é uma
arma de tiro certo ao juízo da ignorância. Adestra, transforma e ilumina a
mente do homem de sentimento remoto e o avizinha a Deus.
Pois bem, vamos
continuar a qualificar e, registrar o ontem hoje para o amanhã ser mais brilhante.
Se os processos das expressões das ideias seguem este curso, vamos adiante. Que
as cortinas se abram ao grande publico e o tiro seja certeiro ao ser de
gratidão pífia.
Nos corredores de
um burocrático órgão público, por está sentado em uma poltrona bem ao lado,
este cronista presenciou o colóquio entre dois senhores. Não tive como abster
de ouvir a conversa, motivo que, já estava ali quando os personagens chegaram,
sentaram e travaram a interação. No inicio dos diálogos logo deu para observar
que um dos senhores atendia pelo nome de Heitor e o outro por Joaquim.
Em
meio à reciprocidade dos interlocutores, uma parte da palestra chamou a
atenção, talvez por ser um assunto corriqueiro ou, por ser um tema bastante comum
quando se trata de políticos no Brasil. Mas vamos ao que interessa. Conversa
vai, conversa vem, os dois indivíduos começaram a fazer as seguintes explanações:
-
Compadre o seu candidato a prefeito que você estava apoiando ganhou? Indaga
Joaquim.
-
Ganhou sim, compadre. Retruca Heitor
-
O compadre está participando da administração? Ganhou algum cargo na
prefeitura? Indicou alguém para algum emprego? Interpela Joaquim.
-
Até o momento não, compadre. Fiz um pré-acordo com o prefeito antes da eleição
para arrumar uma colocação na prefeitura para duas pessoas que me demandaram tamanha
confiança, mas ficou só em promessas e está nisso. E não é por falta de
cobrança. Argumenta Heitor.
-
Até onde acompanhei, notei que o compadre estava bem engajado na campanha e,
ajudando no que podia na maratona junto com o grupo político rumo à prefeitura.
Explana Joaquim.
-
Pois é compadre, gratidão ficou para poucos. Concluiu Heitor.
Pelos
subsídios das informações tudo indica que o candidato já era prefeito e estava
disputando a reeleição. No entanto, dentre as conversações, o que mais chamou a
atenção foi quando o vocábulo gratidão foi pronunciado, o termo imediatamente
internalizou. Logo veio em mente o poeta,
dramaturgo, novelista, considerado um dos maiores escritores da literatura
espanhola e, conhecido mundialmente pela obra Dom Quixote de La Mancha, Miguel
de Cervantes, que na sua engenhosidade ortografou: “a gratidão
é o sentimento que mais aproxima o homem de Deus”.
A
verdade é que, o reconhecimento não tem como ser contestado. É colocar em
prática o uso da consciência. É uma demonstração de sanidade. É a expressão
pura da alma... Entretanto, para muitos deve ser uma tarefa árdua e, se for do
meio político, então, é que não existe mesmo qualquer atributo de decência, com
raras exceções. Portanto, a gratidão, a ética e a lisura na condução das ações
para com o próximo, pelas vias da pluralidade, seguem as regras dos atos
insanos.
Josselmo Batista Neres
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 14/03/2017 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 14/03/2017 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx
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