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domingo, 18 de março de 2018

Onze dias em S. Paulo

           Prudentemente, fui intimando pelo exercício do raciocínio a ortografar sobre a peregrinação de um moço caminhante na sua primeira jornada pelo estado de São Paulo, excursão esta em que o mesmo que grafa fizera parte. Antes que a memória não falhe e a história se perca vou seguir as recomendações do deus egípcio Thot e fazer o registro para manter vivo o arquivo da existência.
O escrito, meus caros leitores, trata do espaço percorrido pelo jovem viajante Lourimar de Oliveira Moura, que deu o primeiro fôlego no sofá da casa na Rua Zacarias de Gois, nº 364, no Bairro Canela, na cidade de Oeiras, Piauí, na antemanhã do dia 21 de abril em meados da década de noventa e, em meio às curvas do destino foi registrado como nascido no município piauiense de São José do Peixe.
           Mas vamos ao que interessa. Lourimar saiu de Oeiras na manhã do dia 04 de janeiro de 2018 com destino a capital piauiense e, aproveitou a estadia em Teresina e fez uma caminhada pela ponte João Isidoro França, mais conhecida Ponte Estaiada; pelo Teresina Shopping e, por último, o Cantinho da Picanha, localizado na Avenida Marechal Castelo Branco. Após pernoitar na única capital da região nordeste que não se localiza as margens do Oceano Atlântico, no dia seguinte, em 05 de janeiro de 2018 às 12h10min pegou o aeroplano no Aeroporto de Teresina – Senador Petrônio Portella, em direção ao sudeste brasileiro. Fez uma conexão no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão – Antônio Carlos Jobim e, às 16h50min pousou no Aeroporto de Congonhas em São Paulo.
            Durante a permanência na capital Paulista, ficou “arranchado” na casa de um primo na Rua Colorado, Vila Carioca, distrito do Bairro Ipiranga. Não perdendo tempo na sua marcha de férias, na manhã do dia seguinte, “dia dos santos reis”, subiu no transporte fura fila e dirigiu-se para o centro de São Paulo (Praça da Sé, Rua 25 de março, Mercado Municipal, entre outros) para enfrentar a muvuca, fazer compras, tomar um delicioso chopp e comer o tradicional pastel no Mercadão Central.
  Lourimar visitou a Liberdade, bairro oriental por excelência, que no início do século XX foi ocupado por imigrantes japoneses, considerado o maior reduto da comunidade japonesa na cidade e, a maior do mundo fora do Japão; o Centro de Tradições Nordestina, no Bairro do Limão, local reservado para manter viva a cultura da região nordeste e, em algumas vezes deu alguns passos pelo Heliópolis que é um bairro com uma favela de mesmo nome localizado no distrito de Sacomã, na Zona Sul da cidade de São Paulo.
             O clima na terra da garoa estava bem ameno para o período. Entre as idas e vindas, chegou o dia reservado para perambular pelos municípios de São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Santo André, região conhecida como ABC Paulista. Lourimar começou a rota pelo São Bernardo Plaza Shopping, depois do centro comercial amparou-se em um Uber e dirigiu-se para o Bar Figueiras em Santo André, um ambiente com belíssimas músicas ao vivo, sertanejo raiz.
            Na movimentada noite paulistana, a Rua Augusta foi um dos locais que o jovem se esbaldou na patuscada. Dentre os pontos frequentados o Tatu Bola Bar, no Bairro Jardim América, lugar plausível de belíssimo chopp e uma boa melodia e, o Casarão, na Consolação, casa noturna animada com shows de funk, hip-hop e Djs, ambos na supradita Augusta foram os espaços escolhidos pelo forasteiro em Sampa.
          Chega o décimo primeiro dia em São Paulo e, com mais cultura e conhecimento na bagagem, Lourimar de Oliveira Moura fez o caminho de volta na manhã do dia 16 de janeiro de 2018 em direção ao estado piauiense. Subiu na maquina voadora da companhia Gol em Congonhas, fez uma conexão no Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente Juscelino Kubitschek, e aterrissou em Teresina às 12h20min e logo que chegou trepou no carro de lotação em direção a primeira capital, Oeiras. Na próxima ida a São Paulo aconselho continuar os passeios, e se me for dada à procuração, como neste, a viagem ganhará vida.

    Josselmo Batista Neres             
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 15/03/2018 

na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
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sábado, 3 de março de 2018

Picos, Piauí, Brazil

        Cercado pela natureza criada pela mão divina, localizada na mesorregião do sudeste piauiense, Picos nasceu às margens do Rio Guaribas e atendo aos olhares das colinas. O tempo caminha a passos largos e o município continua impressionando pela sua grandeza, pelo centro comercial, pelo povo trabalhador, pela beleza das mulheres e pelas suas questões políticas e sociais discutíveis.
Na composição geográfica moldada pelo criador, o município picoense possui o maior entroncamento do Piauí e um dos maiores do nordeste brasileiro, tem ao seu entorno importantes vias federais como a BR-316 que faz a ligação Belém a Maceió; a BR-230, também conhecida como Rodovia Transamazônica, construída durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974); a BR-407 que interliga os estados da Bahia, Pernambuco e Piauí e, a poucos quilômetros do centro da cidade fica BR-020, que faz a ponte entre Brasília a Fortaleza, passando pelo Distrito Federal e pelos os estados de Goiás, Bahia, Piauí e Ceará.
Além de ser um importante polo econômico da região em serviços terciários, Picos é a terceira cidade maior do estado, a segunda em arrecadação de impostos (a segunda economia do Piauí); têm entre as sete maravilhas do Piauí, a Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, sendo a segunda do estado, construída em estilo gótica e, de exuberante beleza e rica pela sua história; sedia uma unidade do Exército Brasileiro (3º BEC - Batalhão de Engenharia e Construção); possui um centro Universitário que reúne estudantes de várias regiões do Brasil, uma verdadeira fábrica de conhecimento; o Museu Ozildo Albano, que abriga peças e gravuras que retrata a história da cidade; a Academia de Letras que salvaguarda a história, a memória e a cultura produzida por grandes pintores, poetas, cronistas... do município e região, enfim, preservar o acervo e os arquivos dos escritores que em prosa ou versos registra a história do nosso povo; dentre outros. Cidade de natureza superabundante. Picos ganhou o apelido de “Cidade Modelo” que veio em prol do belo Plano de Desenvolvimento herdado por sucessão em tempos idos.
            Em todo quintal um canteiro de obras. Grande Picos. Titã imobiliário. Portentoso aos padrões normais!? O imenso território começou a ganhar roupagem com a chegada dos primeiros criadores de gado, um tanto quanto, os primeiros agricultores que escolheram às margens do Rio Guaribas para fincar moradia e tirar o sustento de suas famílias, seguida por gerações. Procurando cada vez mais reorganizar o seu espaço, Picos na formação administrativa foi desmembrando de Oeiras e elevação à categoria de cidade por meio da Resolução Estadual Nº 33 de 12 de dezembro de 1890, assinada pelo então chefe de Governo Estadual João da Cruz Santos, o Barão de Uruçuí.
          Prestigiada pelo grande volume de mel de abelha produzido e exportado para vários países, Picos além do apelido supracitado também ganhou o cognome de “Capital do Mel” e de “Capital do Centro-Sul Piauiense” pela influência indescritível frente às outras regiões circunvizinhas. A cidade modelo tem em seu leque numerosas atividades no setor de serviços, no comercio e, é considerado uma dos maiores mercado do nordeste. O município segue a rota dos grandes centros comerciais.
        Com a atenção voltada para a vivacidade excessiva dos pontos de negócios da cidade e, passando em movimento pela Avenida Getúlio Vargas (no seu início, essa avenida era denominada de Rua Grande), firmando o olhar atento na agitação frenética das pessoas em meio ao transito furioso, nasce no seio da cachimônia à imagem emoldurada da rua com a beleza fascinante e com a calmaria dos tempos do outrora. O logradouro do ontem se transformou na principal avenida e a mais movimentada da cidade.
           Na terra de Coelho Rodrigues, Hilda Policarpo, Fontes Ibiapina, Ozildo Albano, dentre os inúmeros filhos, o imensurável gigante vive.
             
Josselmo Batista Neres             
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 01/03/2018 

na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
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