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sábado, 30 de julho de 2016

O poder do voto

           
            Por força da lei a compra de voto no território brasileiro é crime. Quer dizer, é o que deveria ser. Aliás, é, mas não é. Agora me confundi. Na verdade a compra de voto é uma praga resistente ao conjunto das leis. E os únicos culpados da legislação na nossa pátria não funcionar, acreditem, somos todos nós.
            Assistir a outro dia pelas redes sociais, um vídeo caseiro em que uma mulher aparentando ter em média quarenta anos, de fisionomia humilde, sotaque nordestino, voz firme e uma lucidez invejável, narrar no seu pronunciamento em frente da câmara, a ponta do iceberg dos problemas alastrados na nossa nação. Pelo monitor não dá para identificar o nome e nem diz quem é essa brasileira, que tenta convencer o espectador com o seguinte discurso:
        "O problema não tá no ladrão corrupto que foi Collor, não, nem na farsa que foi Lula. O problema tá em nós como povo, porque a gente pertence a um país em que a esperteza é a moeda que é sempre valorizada. É um país onde a gente se sente o máximo porque consegue puxar a TV a cabo do vizinho. A gente frauda a declaração do Imposto de Renda para poder pagar menos imposto. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo na rua e depois reclamam do governo porque não limpa os esgotos. Saqueia as cargas dos veículos acidentados. O camarada bebe e depois vai dirigir. Pega um atestado sem tá doente só pra poder faltar no trabalho. Viaja a serviço de uma empresa, o que é que ele faz? Se o almoço foi dez reais, ele pega a nota fiscal de vinte. Entra no ônibus, se senta, se tem uma pessoa idosa, se faz que tá dormindo. E querem que o político seja honesto. O brasileiro tá reclamando de quê? Com a matéria prima desse país? A gente tem muita coisa boa, mas falta muito pra gente ser o homem e a mulher que nosso país precisa. Porque eu fico muito triste, quando uma pessoa... ainda que um governante renunciasse, hoje, o próximo seria... a suceder ele, teria que continuar trabalhando com essa mesma matéria-prima defeituosa, que somos nós mesmos, como povo. E não poderá fazer nada, porque, enquanto alguém não sinalizar o caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá, não. Nós é que temos que mudar. O novo governante com os mesmos brasileiros não pode fazer nada não. Antes da gente chegar e culpar alguém, botar a boca no trombone, a gente tem que fazer uma autorreflexão: Fique na frente do espelho, você vai ver quem é o culpado. Eu espero que nessa próxima eleição, dessa vez, o Brasil todo tenha noção do que realmente significa o poder de um voto". (grifo nosso).
Na verdade, os nossos representantes que deveriam dá exemplo, são os primeiros a estimularem os cidadãos a andarem fora dos trilhos. Na realidade esses são os piores. Por quê? Quem faz e aprova as leis? Quem afervora a venda e quem compra o voto? A lista segue. Se todos tivessem conhecimentos e fizessem valer o poder do seu voto, teríamos um lugar bem melhor para se viver. Quem compra e vende o voto comercializam a consciência, a integridade, a moral, o caráter... dentre outros adjetivos. Sim, meus caros leitores, estamos falando de seres humanos, de seres pensantes. Estão certo ou errado? Tentem decifra-los. Em particular, vou continuar levando afinco o aconselhamento do percussor da reforma protestante, Martinho Lutero, onde afirma que: “é melhor ser dividido pela verdade do que ser unido pelo erro”.
                                                         
                                                                                            Josselmo Batista Neres
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 26/07/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso). 
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo: 
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terça-feira, 19 de julho de 2016

Adepto da hipócrita

              Não consigo fingir e nem corromper meus ideais. Sou fiel aos meus princípios e luto veemente pelo que acredito. Não me vendo e nem faço acordos esdrúxulos para chegar ao objetivo final, e pior, não faço alianças com pessoas falsas, sem palavras, duas caras e sem moral alguma. Durmo com a consciência tranquila. Não me leve a mal a quem a carapuça cair, essa não é a minha intenção. De maneira única descrevo a minha forma de pensar e como vejo o mundo. Satisfaço fielmente ao limite ordeiro do bom senso? Com todo esse cerco, meu caro leitor, quero falar que, aconteça o que ocorrer, não consigo fazer cara de amigo para quem é adepto da hipócrita.
           Em dois em dois anos somos tirados do nosso sossego para presenciar a movimentação das eleições e, testemunhar tudo o que existe de mais imoral na face da terra. Não precisamos ir muito a fundo, é só observarmos o cenário da política que nos encontramos. Ou não? Alguns “coronéis” que comandam a política em nosso país, como um todo, são sem escrúpulos. Fazem acordos nebulosos para ganhar uma eleição. E o povo? O povo sempre fica em último plano. Prioridade zero. O problema de todos os desmandos que acontecem nos rincões é, por que o poder econômico é o maior influenciador das massas e contamina todo o cenário. Projetos, ideias... há, isso o valor é pífio.
            Política é a arte da negociação para conciliar os interesses públicos. É a ciência da governança. É o mediador da balança... enfim, pelo menos era o deveria ser. Não me sujeito a caminhar de mãos dadas com o pior da corja dos políticos. Desculpem-me meus caros senhores e minhas senhoras, que me leem, pela sinceridade. O que tenho a dizer para cada um é que não nasci para “engolir sapo”. Quem pretende seguir na missão da política, no molde inerente, tem que ter sangue de barata, fazer das tripas coração e passar pelos sobejos dos momentos indigestos.  
            Existem alianças políticas que é uma tacada de mestre. Uma verdadeira estratégia de guerra. Isso eu não posso negar. É bom mais não agrada. Juntam-se com os adversários ferrenhos do outrora em que, um esculachava o outro nos palanques, discursando para os telespectadores os piores verbos possíveis da vida pessoal e, no tempo presente andam de braços dados. Para quem não conhece diz ser amigos de infância. A busca pelo poder vale tudo, tudo mesmo. Quando o encontro dos dois lados é em favor de um objetivo em comum: o povo. Tudo acertado, uma maravilha. O pior é que essa luz no fim do túnel não existe.  
Meus caros leitores, confesso baixinho a cada um que, amo política, de coração. Gosto tanto que me deixei fazer dois cursos de especialização na área da gestão pública. Todavia, falta-me oportunidade, espaço e sorte. Fazer política como manda o senso comum, com plano de governo, boas intenções, projetos inovador, governar junto com o povo, fazer valer a voz dos cidadãos, despertar nos jovens o futuro... afinal, não ser o dono da repartição administrativa, e sim, ser o gerente para administrar as demandas de toda a circunscrição administrativa, como silenciosa dita o ordenamento da lei das leis. Pessimismo nunca foi o meu forte, entretanto, até os sonhos me foi corrompidos. Milagres a essa altura é quase impossível. Só nos resta ajoelhar e rezar.       
                                                                                                  #Josselmo Batista Neres

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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 19/07/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso). 
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo: 
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terça-feira, 12 de julho de 2016

Sobre o futuro


             Como bem disse o mestre Chico Xavier, “ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim”. Se me fosse dado a oportunidades de voltar ao tempo, fazia algumas coisas diferentes. E olha que bem diferente mesmo. Começava pelo o amor que rasga o meu peito. Realizava alguns ajustes no que até então foi um fracasso. Mas será que foi mesmo de todo um naufrágio? Tenho dúvidas. Entretanto, uma coisa era certa, jamais deixava de ser eu mesmo, todavia, confesso que teria um pouco mais de parcimônia no trato das demandas que fere o coração.
           A vida é imprevisível. Cheia de altos e baixos. O horizonte que desbravamos diariamente é uma selva escura e cheia de abismos. O bom mesmo da vida é por que passamos por diversas provações, que acredito ser proposto com o intuito de nos fortalecer a cada vez mais. São obstáculos que devemos suplantar para dar sequência à vida.
Existem muitas discrepâncias nas formas de pensar e agir dos seres humanos. Ninguém é igual. Como os dedos, nenhum humano é igual um ao outro. Todos têm as suas peculiaridades. Isso é o bom da vida. Aprendemos uns com os outros com os acertos e os erros do outrora. E o futuro? Falar sobre o futuro é discursar sobre os mistérios que envolvem a vida, é no presente olhar para o passado e enxergar os desacertos cometidos ao longo do percurso, e ao fitar o amanhã ver em uma janela a saída para recomeçar o itinerário de forma diferente a já vivida. No entanto, será que a caminhada a qual pretende seguir vai ser mais correta que a que vinha sendo seguida? Ai já não sei, só tentando. O tempo é quem vai responder.
            Acredito que muitos de vocês, meus caros leitores, já leram ou ouviram o ditado que diz: “cuidado com o que você deseja, pois seus desejos podem se tornar realidade”. Isso recai ao ser que quer reviver a situação de uma maneira bem distinta a já presenciada. Agora pergunto a você, caro leitor. Quem garante que vai ter o mesmo prazer em fazer ressurgir na forma alterada? Nessa vida não devemos reclamar de nada, tudo aos olhos de Deus é bem feito. Tudo que acontece existe uma razão. O passado ou aplaudimos ou choramos. O presente é a construção. O futuro é uma incógnita. Pensando bem sobre o que falei no inicio desde escrito, acredito que percorreria tudo igualzinho do começo ao fim. Foi dessa forma que cheguei até a está etapa. Certo que poderia ocorrer um retoque aqui e outro ali, mais na essência, tudo seriam iguais. O que não foi de todo acertado valeu pelos conhecimentos e a experiência adquirida.
Os acontecimentos que encenaram a vida ontem, não foram os mesmos de hoje e, certamente não serão os do amanhã. O mundo gira. Quem está por cima hoje, amanhã já não tem a mesma certeza. Isso frisa bem o seguinte: temos que tratar sempre bem o próximo, amanhã poderá ser você quem precisará de ajuda.
O segredo é tratar bem a todos, pois os desagrados plantados aqui e ali podem retornar ao feitor com a cobrança dos devidos juros. Um dia sempre nasce depois do outro. Continuemos a caminhada. O futuro está bem mais a frente

                                                                                                #Josselmo Batista Neres

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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 12/07/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso). 
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo: 
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