No Evangelho
Segundo São Mateus, capítulo 7, versículos de 17 a 20, no Novo Testamento, o apóstolo
ao falar sobre os falsos profetas pontificou: “assim a árvore boa é que produz
bons brutos, enquanto a árvore má é a que produz maus frutos. A árvore boa não
pode produzir maus frutos, nem a árvore má, bons frutos. Toda árvore que não
produz bons frutos é cortada e atirada ao fogo. Pelos atos desses tais,
portanto, é que os reconhecereis.”
A preocupação
primordial que trata o livro de Mateus é transmitir conhecimento, quer dizer,
abrir o horizonte do interlocutor para novas sapiências. Voltando para o dito
supracitado do evangelizador semeado na bíblia, em paráfrase ortografo: “a
árvore boa não pode produzir frutos ruins, nem a árvore ruim dar bons frutos.” Mediante
o simbolismo que a parábola ensina, o brilho do caminho fica com o sinal verde
para a busca do verdadeiro sentido da vida.
Projetando
a mente em direção à iluminação infinita do mundo da existência, encontramos
vida concreta nos atos reflexivos. Alguém dúvida? Meu caro leitor, antes que
você esteja de acordo ou discorde de tal indagação, tranquilizo. A inconsonância
ao enveredar lado a lado com a sensibilidade, a humildade e ser imbuído com o
poder da comparação dos conceitos opostos, a luz surge com a chave indicando as
veredas para novos saberes. O filósofo inglês Francis Bacon em uma das ideias
sobre o entendimento de uma leitura explica que, “não leia com o intuito de
contradizer ou refutar, nem para acreditar ou concordar, tampouco para ter o
que conversar, mas para refletir e avaliar.” Na mesma linha do raciocínio de
Bacon, ao ler, ouvir, analisar e comparar os termos opostos agregamos nas
faculdades mentais um novo tipo de aprendizagem.
Boas sementes,
boas árvores, bons frutos. Bem aventurado é o ser que faz a mente se enveredar
pelos caminhos refulgentes das novas descobertas. Entender e se fazer entender
muitas vezes exige sacrifício. Saber ouvir e falar sem usar o expediente da
contenda fervorosa é uma benção entre a interação comunicativa. O Dicionário Aurélio diz que entendimento
é “a faculdade de compreender, pensar ou conhecer. Juízo, opinião, combinação,
ajuste”. A consonância é salutar a alma e crava ao ambiente a maneira de viver
do indivíduo. O ensaísta, poeta, crítico literário e romancista brasileiro
Rogel Samuel explica que o entendimento é “a mediação pelo qual nos
compreendemos a nós mesmos”. Longe de mim o ceticismo austero.
De um lado estão
as vias da percepção ampla do pensar, agir, interpretar e fazer no seu juízo consciencioso
o que a lei natural registra como certo, no outro lado da moeda é fazer-se
entender sobre a maneira que vê o mundo a sua volta, que não necessariamente,
corresponde à regra da forma geral do bom senso.
Parafraseando o
capítulo 11, versículos de 1 a 9 do livro de Gêneses, Antigo Testamento, a
sagrada escritura conta que o mundo falava a mesma língua e todos os povos da
terra viviam na mesma planície na região de Senaar no Oriente e sob o
entendimento das mesmas palavras, foi quando Javé (conhecido também como Jeová,
um dos nomes de Deus na bíblia cristã), desceu do céu e foi verificar a cidade onde
todos as pessoas moravam e ao ver a torre que os habitantes estavam construindo
cujo cimo afirmavam que era para atingir os céus, não aprovando o feito,
ordenou a queda da estrutura que ficou conhecida como a “Torre de Babel” e,
dispersou o povo por toda a terra distribuindo-os pelos vários continentes e
com idioma diferente uns dos outros. Talvez, com a falta de entendimento pelo
impasse da língua, começou a principiar as circunstâncias adversas, que podemos
considerar, como ponto de partida para as discussões intermináveis, vazias e
obsoletas, com algumas cordiais exceções.
A harmonia ampla
em interpretar as amplitudes, os pormenores e, agregando essência no cultivo do
espírito, é o convite para a caminhada na via de mão dupla.
Josselmo Batista Neres ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 07/06/2017
Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 07/06/2017
na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
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