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terça-feira, 11 de agosto de 2015

Decreto do governador


“Servidor concursado da Penitenciária de Oeiras é exonerado de cargo e substituído por ‘fantasma’”. Essa foi à manchete de alguns dos principais site e portal do Estado do Piauí, no penúltimo dia do primeiro semestre de julho.
A matéria replicada para os principais meios de comunicação do Centro Sul do Estado, afirma o seguinte: “Francisco Batista Moura, que é efeito (14 anos de serviço público), foi substituído por Benedito Marques de Sousa, o “Bene Cabelereiro” [...]. O “servidor fantasma” vai ao presídio apenas no horário do almoço para consumir a quentinha a que tem direito”. Não levei muito a sério a notícia da irregularidade, isso deve ser uma brincadeira de mau gosto. Não entendi. Como é caro leitor, fale de novo que não ouvi, quer dizer que é verdade. É, mais a sua verdade pode não ser a minha. Olha o estágio democrático a que chegamos.
No livro “Tiradas do Tio Sinhô” do escritor Wellington Dias, tem um trecho que diz o seguinte: “Em Oeiras, onde estudava, eu fazia o possível para antecipar o período das férias. Procurava tirar boas notas logo nas primeiras provas e, uma vez aprovado, me valia do direito de faltar 25% das aulas. Meu negócio era a Fazenda Umburana. Numa dessas viagens, peguei carona numa caminhoneta velha de seu Luiz Cândido [...]. Estrada ruim, motorista “barbeiro”, vez que outra, o carro rabeava e saía da estrada.” A narrativa continua. A verdade é que o mundo é uma bola. Como é leitor, você dúvida? Pois bem. Luiz Cândido é o pai do Servidor Concursado vítima do decreto do governador. Quem é o governador? Leitor, prefiro não citar nomes, mas há quem diga que na época da vida boa de estudante, isso quando chegaram em Teresina ainda molecote, os dois era uma espécie de amigos conselheiros. Isso pela década... Deixa pra lá. O tempo passou e cada um foi à procura do seu lugar na existência.
Lendo algumas das publicações que leva em conta a lacuna mencionada e, capeando as impressões do panorama dos tempos idos, a história evidência que o gestor que combatia frente aos movimentos sociais, incentivando greves, comandando invasões de propriedades alheias e fazendo ferrenhos discursos, passou a hostilizar o que combatia e viu o telhado que antes parecia blindado ser estilhaçado. Farras desnecessárias de ocupantes de funções de confiança; funcionários fantasmas inchando a folha de pagamento, entre outros lapsos, não acrescenta em nada o bom andamento do desenvolvimento. Todos erram. Uns mais, outros menos. Mas todos erram. Aprender com os erros é onde está o segredo.
A política é encarada por quem esta ao redor do poder como uma arte. Arte de prometer e não cumprir; arte de enganar a quem deveria agir com consciência; arte dos superfaturamentos das obras públicas; arte do uso das funções administrativas para benefício próprio; arte da pratica do nepotismo; arte de enfeitiçar e iludir o povo com o belo canto... A arte dos conchaves, dos apadrinhamentos, enfim, a arte da roubalheira. No entanto, o dever, isso fica para depois e vai ficando. Obras públicas ficam inacabadas e os serviços essenciais ficam à mercê. Há quem diga que existem (mesmo em uma minoria) os que encaram a política como a arte de fazer o bem. Verdade.  Mas esses são exceções.
Como é? A minha opinião sobre o supracitado? Não caro leitor me deixe fora disso, ficarei apenas com o dever de usar a literatura para contar a verdadeira história. Esta função já mim esta de bom tamanho. Você junto com o sistema governamental faz a trama e eu escrevo.   
             
                                (*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail: josselmo@hotmail.com


 Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 25/07/2015 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).  Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo: 
http://www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx