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sábado, 25 de agosto de 2018

Família: notas para o resgate da memória

           Desculpe-me caros leitores os atos falhos, a história pode ser narrada por diversos ângulos, por diversas versões, por várias áreas da vida e do cotidiano, só uma coisa é certa, “contra fatos não existem argumentos”. Mas os fatos são verdadeiros? Ajude-me a renascer, a recriar, a tornar viva na memória dos familiares (ou a quem interessar) o real trajeto dos sucessivos acontecimentos que fizeram parte da existência dos Romualdo Marques e Dias de Oliveira.
Antônio Romualdo Marques de Oliveira, conhecido popularmente como Antônio Pequeno, nasceu no dia 05 de junho de 1910 e, Maria Dias de Oliveira, conhecida como Maria Branca, nasceu no dia 13 de abril de 1913, ambos no município piauiense de Picos. Ele do lugar Capitão de Campos e ela da localidade Muquém (hoje a localidade muquém pertence ao município de Geminiano-PI).
O casal uniu-se em matrimonio no início da década de trinta e tiveram os seguintes filhos: Joaquim Dias de Oliveira (Joaquim Pequeno, in memoriam), Elpidio Dias de Oliveira (in memoriam), João Romualdo Marques (João Pequeno, o único que o sobrenome é diferente dos demais irmãos), Natália Dias de Oliveira (in memoriam), José Dias de Oliveira (Dé), Luiz Dias de Oliveira (in memoriam), Luiz Dias de Oliveira (Luiz Pequeno), Maria Dias de Oliveira (Ninia), João Batista Dias de Oliveira (Batista), Ana Dias de Oliveira (Pipi), Francisca Dias de Oliveira (Neném), Albertina Dias de Oliveira (Betina), Gualdino Dias de Oliveira e Francisco Dias de Oliveira (Cheiro).
Você caro leitor deve está se perguntando: porque tem o nome de dois Luiz Dias de Oliveira? A verdade é que o filho do casal supracitado faleceu e, quando nasceu o filho seguinte colocaram o mesmo nome do que havia empreendido a grande viagem.
Com uma prole invejável, o casal Antônio Pequeno e Maria Branca com alguns dos filhos já nascidos, nas primeiras águas do ano de 1951 mudaram-se do município de Picos para a localidade Barra do Jatobá, no município de São Miguel do Fidalgo (na época pertencente ao município de São José do Peixe, Piauí), para as terras ora adquiridas por Antônio Pequeno do seu irmão Miguel Marinho de Oliveira.   
Quando o patriarca e a matriarca do clã fizeram o percurso para o endereço Barra do Jatobá, dos quatorzes filhos do casal, dez já eram nascidos e quatro nasceram nas terras fidalguense. O tempo segue o seu percurso e, cada um dos filhos do casal vai adquirindo a sua autonomia e em passos largos seguindo os atalhos da caminhada e registrando no mundo da existência a sua própria história. 
Antônio Romualdo Marques de Oliveira cumpriu o seu dever na terra com vigor e honradez. No dia 29 de outubro de 1966, com 56 anos de idade, 4 meses e 24 dias exatos, Deus a chamou para uma nova missão. Após trinta e seis anos da partida do companheiro, Maria Dias de Oliveira cumpre a sua incumbência no plano terrestre e, no dia 11 de maio de 2002 Deus a chama para perto de Si.
A tumba de Antônio Pequeno e Maria Branca esta fincada na localidade Barra do Jatobá, uma ao lado da outra, a dele possui a epígrafe: “A - Q ESTÁ OS RESTOS MORTAL DE ANTONIO ROMOALDO MARQUES, * A5 D6 D1910, + A29 D10 D1966” (aqui estão os restos mortais de Antônio Romualdo Marques, seguido com a data de nascimento e do falecimento); a dela é feita no mesmo molde, porém, ladrilhada com azulejos brancos, sem epígrafe e sem data.
            Fica o registro dessas notas para o resgate da memória e a compreensão da nossa história.


    Josselmo Batista Neres             
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 23/08/2018
 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
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terça-feira, 31 de julho de 2018

"O nascimento da crônica", por Machado de Assis


 Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.

Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.

Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos pelos doze meses do ano.

Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer que foi coetânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Uma dia que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem da crônica.

Que eu, sabedor ou conjeturador de tão alta prosápia, queira repetir o meio de que lançaram mãos as duas avós do cronista, é realmente cometer uma trivialidade; e contudo, leitor, seria difícil falar desta quinzena sem dar à canícula o lugar de honra que lhe compete. Seria; mas eu dispensarei esse meio quase tão velho como o mundo, para somente dizer que a verdade mais incontestável que achei debaixo do sol é que ninguém se deve queixar, porque cada pessoa é sempre mais feliz do que outra.

Não afirmo sem prova.

Fui há dias a um cemitério, a um enterro, logo de manhã, num dia ardente como todos os diabos e suas respectivas habitações. Em volta de mim ouvia o estribilho geral: que calor! Que sol! É de rachar passarinho! É de fazer um homem doido!

Íamos em carros! Apeamo-nos à porta do cemitério e caminhamos um longo pedaço. O sol das onze horas batia de chapa em todos nós; mas sem tirarmos os chapéus, abríamos os de sol e seguíamos a suar até o lugar onde devia verificar-se o enterramento. Naquele lugar esbarramos com seis ou oito homens ocupados em abrir covas: estavam de cabeça descoberta, a erguer e fazer cair a enxada. Nós enterramos o morto, voltamos nos carros, c dar às nossas casas ou repartições. E eles? Lá os achamos, lá os deixamos, ao sol, de cabeça descoberta, a trabalhar com a enxada. Se o sol nos fazia mal, que não faria àqueles pobres-diabos, durante todas as horas quentes do dia?
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O texto acima foi publicado no livro "Crônicas Escolhidas”, Editora Ática – São Paulo, 1994, pág. 13, e extraído do livro "As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2007, pág. 27, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos..

Fonte: jornalggn.com.br

quarta-feira, 25 de julho de 2018

25 de Julho — Dia Nacional do Escritor


O Dia do Escritor é celebrado no Brasil no dia 25 de julho. Foi instituído por um decreto governamental após a realização do I Festival do Escritor Brasileiro. Data estabelecida em 1960 pelo então presidente da União Brasileira de Escritores, João Peregrino Júnior, e pelo seu vice-presidente, o célebre escritor Jorge Amado.



“Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.”




Pobres dos escritores que não se derem conta disso: escrever é transmitir vida, emoção, o que conheço e sei, minha experiência e forma de ver a vida.”




Nenhum escritor pode criar do nada. Mesmo quando ele não sabe, está usando experiências vividas, lidas ou ouvidas, e até mesmo pressentidas por uma espécie de sexto sentido.”




O escritor é uma das criaturas mais neuróticas que existem: ele não sabe viver ao vivo, ele vive através de reflexos, espelhos, imagens, palavras. O não-real, o não-palpável. Você me dizia “que diferença entre você e um livro seu”. Eu não sou o que escrevo ou sim, mas de muitos jeitos. Alguns estranhos.”




"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi."




"Os Escritores são aqueles que proporcionam voos ao céu com os pés no chão, propiciam navegar por todos os mares do mundo e até aqueles que nunca foram vistos. No Dia do Escritor deve-se enaltecer toda a criatividade e inteligência daqueles que colocam todos em contato com novas culturas, novas vidas e novos mundos. Dia de agradecer àqueles que contam histórias para dormir, histórias para refletir, histórias que fazem acordar para a vida. Seja fantasia, seja real, não há segredo, um bom livro pode mudar toda uma vida!"

terça-feira, 1 de maio de 2018

Alerp dará posse a novo imortal próximo dia 19

Eleito em 6 de abril Josselmo Batista Neres assume a cadeira número 1 da Alerp próximo dia 19 de maio

                                                                                   Arquivo: ALERP

                              Josselmo, ao centro, após receber comunicado de sua eleição.


 A Academia de Letras da Região de Picos (Alerp) dá posse ao seu novo imortal no próximo dia 19 de maio. A solenidade será às 19 horas no auditório “Desembargador Edvaldo Pereira de Moura” e na ocasião o bancário e escritor Josselmo Batista Neres estará ocupando a cadeira número um da entidade.

Josselmo foi eleito em pleito realizado no dia 6 de abril com a participação de cinco candidatos. No total, 21 acadêmicos votaram e desses, Josselmo obteve onze votos, sendo o vencedor da disputa. O professor José Antônio da Luz (Dedé) conquistou nove votos e Maria do Desterro Santos Rocha apenas um. João Carlos Martins Bezerra e Maria Dionésia Santos Silva não obtiveram nenhum voto.
A cadeira número um da Alerp tem como patrono o ex-prefeito de Picos Severo Maria Eulálio e era ocupada pela professora Rosa de Lima Araújo Luz, falecida no dia 9 de novembro do ano passado aos 70 anos.

Perfil

O neoacadêmico é natural de São Miguel do Fidalgo e reside faz mais de 15 anos na cidade de Picos. É autor de três livros: Secreta Razão, lançado em dezembro de 2017, Liberdade Clandestina (2015) e A Arte Transmite a Mensagem (2012).

Fonte: Jornal de Picos

                                                          Convite para a posse

domingo, 8 de abril de 2018

Josselmo Batista Neres é eleito para a Academia de Letras da Região de Picos - ALERP


 A Academia de Letras da Região de Picos - ALERP, em sessão ordinária realizada na noite  desta sexta-feira, 06 de abril de 2018, elegeu o escritor e bancário, Josselmo Batista Neres, para ocupar a cadeira de nº 01, que tem como patrono o senhor Severo Maria Eulálio. A cadeira estava vaga desde outubro do ano 2017, em decorrência do falecimento da primeira ocupante, a professora e poetisa Rosa de Lima Araújo Luz.
                                                                                                 Imagem: ALERP
                                Josselmo, com o comunicado oficial na mão, foi eleito com 11 votos.

 Dos 30 acadêmicos aptos a votar, 21 se manifestaram de forma presencial ou por e-mail e elegeram Josselmo Batista Neres com 11 votos; 9 foram destinados ao professor Dedé Luz e 01 para a candidata, Maria do Disterro. 

Josselmo Batista Neres chega à academia credenciado por sua obra: A Arte de Transmitir a Mensagem (Poesia – 2012, EDUFPI); Liberdade Clandestina (Crônicas - 2015, EDUFPI), e Secreta Razão (Crônicas – 2017, HALLEY). Todas os textos contidos nos dois últimos livros, foram previamente publicados no jornal Diário do Povo, de Teresina.
                               
                                                                                                                    Foto: Arquivo pessoal
 


                                           Livros de autoria do bancário Josselmo Batista Neres

A posse do neoacadêmico será realizada dentro de um espaço de 60 dias, a contar da data da eleição. 

Biografia 

Josselmo Batista Neres, tem 41 anos, é natural de São Miguel do Fidalgo (na época, povoado do município de São José do Peixe - PI). Reside em Picos a mais de 15 anos, divorciado, tem uma filha, Letícia com 11 anos de idade. É bancário, graduado em Licenciatura Plena em Letras e Bacharelado em Administração de Empresas, ambos pela Universidade Federal do Piauí - UFPI. Acadêmico do curso de Direito, no Instituto de Educação Superior Raimundo Sá – IESRSA (Faculdade R.SÁ). Possui especialização em Gestão Pública pela Faculdade Integrada de Jacarepaguá - FIJRJ e em Administração Pública Municipal, pela UFPI. Certificado (Certificação Profissional) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – ANBIMA série 10 (CPA 10). Chega a Academia de Letras da Região de Picos – ALERP, credenciado por sua obra. Possui 3 livros publicados: A Arte de Transmitir a Mensagem (Poesia – 2012, EDUFPI); Liberdade Clandestina (Crônicas - 2015, EDUFPI), e Secreta Razão (Crônicas – 2017, HALLEY). Josselmo Batista Neres, também faz uma participação no livro “Antologia Poética, Prêmio Sarau Brasil 2017”, lançado pela Editora Vivara, com um poema classificado no Concurso Nacional Novos Poetas, colabora como cronista no Jornal Diário do Povo do Piauí e possui um blog com publicações de poemas, crônicas e artigos.

Fonte: com informações do Prof. Francisco de Assis Sousa / tvverdescampossat.com