Luiz Gonzaga do
Nascimento nasceu no povoado do Araripe na Fazenda Caiçara a 12km de Exu e a
700km de Recife Pernambuco no dia 13 de dezembro de 1912 e morreu em 02 de
agosto de 1989 em
Recife. Conhecido carinhosamente por diversos apelidos como
Rei do Baião, Majestade do Baião, Embaixador Sonoro do Sertão, Bico de Aço,
Gonzagão entre outros. Se Luiz Gonzaga estivesse vivo estaria completando 100
anos em 2012.
Luiz Gonzaga foi uma das mais
completas figuras da música popular brasileira. Cantou o sertão
nordestino como nenhum outro cantou, levou a cultura e a história do nordeste
brasileiro para o mundo. Acompanhado de sua sanfona,
zabumba
e triângulo, levou a alegria
das festas
juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as
tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, não só para todo o Brasil,
mas para o mundo e numa época em que a maioria das pessoas não conhecia o baião, o xote e o xaxado.
Na Biografia de Luiz Gonzaga, o Rei
do Baião (1912 – 1989) escrito por José Fábio da Mota no Livro “Luiz Gonzaga, o Asa Branca da Paz”, o
autor afirma que o último show realizado por Luiz Gonzaga foi no dia 06 de
junho de 1989 no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Recife, onde
recebeu homenagens de vários artistas do país. Antes de finalizar o show, o Rei
do Baião proferiu estas palavras: “Quero
ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que
cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os
valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome
reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e
Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu
povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo
de trabalho, de paz e amor.”
A música mais famosa do Rei do Baião
é “Asa Branca” que traz nas singelas palavras o canto do sofrimento do povo do
sertão. Na música mais conhecida e mais regravada, Luiz Gonzaga cantou o seu
canto e encantou o mundo com a melodia dos versos: “Quando olhei a terra ardendo/Qual fogueira
de São João/Eu perguntei a Deus do céu. ai/Por que tamanha judiação/Que
braseiro, que fornalha/Nem um pé de plantação/Por falta d'água perdi meu
gado/Morreu de sede meu alazão.” E assim segue o canto do grande mestre. Luiz
Gonzaga é homenageado pela passagem do centenário em diversas partes do país e
com uma vasta programação na sua terra natal Exu. O filme Luiz Gonzaga, de
Pai para Filho, do diretor Breno Silveira, conta a emocionante história do
rei do baião, que veio do sertão para a cidade grande e conquistou uma legião fãs.
Estudado por professores e alunos em diversas partes do mundo, Luiz Gonzaga segue
perpetuado à história e a cultura do nosso povo.
Josselmo Batista