Clarice
Lispector disse em certa passagem: "Eu não escrevo o que quero, escrevo o
que sou..." Palavras de pura alma. O coração esculpido em serenidade. Escrevo
assim um tanto quanto meio a meio, como forma de desabafo, de protesto, de
indignação, para suprir as necessidades da minha alma, para alimentar as minhas
alegrias e sanar o instante vazio. No poema Motivo Clarice canta: “Eu canto
porque o instante existe / e a minha vida está completa/. Não sou alegre nem
sou triste: sou poeta”.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Clarice
Lispector é entre alguns dos autores já lidos por este imortal, a que mais é
sentida na plenitude da alma. Confunde-se o que ela diz com o que este filho de
Deus pensa e um tanto quanto às vezes escreve: "Eu escrevo sem esperança
de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no
fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo
desabrochar de um modo ou de outro..."
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Almas em Chamas
Sexta-feira,
três de dezembro. A noite surgiu em brilhantismo. As horas passaram e se perderam ao
vento. Já era madrugada. Sábado dia quatro. O coração enroscado em engrenagem
enferrujada não dava a importância merecida aos atos do então. Tinha tomado
todas antes de chegar à Depressão Numa Serra e todas já tomadas por lá. Tava
tomando bebida gelada, aliás, era pra ser gelada, mas não estava. Mas aquela
altura também não importava. O clube estava lotado. Ao entrar muitas pessoas
conhecidas, inclusive amizades bacanas e camaradas. É exatamente o que você esta
pensado caro leitor, mulheres a bel prazer. Entramos todos juntos e misturados.
Lá cada um por si e Deus por todos. Separaram-se todos logo na entrada. O forró
estava danado de bom. Arrochado só massa em prensa. Parado
ninguém ficava, era de lá para cá.
Todos zanzando dentro do salão,
perdido sem querer buscar o caminho. Mas quem está perdido todos os caminhos
levam a algum lugar. Para quem está sem rumo, o rumo certo é o que esta seguindo.
Todos bebiam, dançavam, beijavam. O momento em instante da mente e do coração
era sem compromisso. Chapado, andava a procura do nada, ou do tudo. No caminho,
um velho conhecido abraçado com uma linda garota e ao cumprimentá-lo indicou
para outra linda garota que estava em pé sentada no encosto de uma cadeira. Sem
que as duas garotas percebessem fez um sinal afirmando que a garota sentada no
encosto da cadeira estava sozinha. Fez um gesto para que o engatilhasse. Aquela
altura estava mais pra lá do que pra cá. Mas consciente do ato do então. A
garota foi puxada e entrelaçada os braços sem lhe contar história, um beijo foi
dado. Beijo correspondido. A festa estava recomeçando em brilhantismo puro.
Dança, beijos, e abraços. Foi o
resumo daquele resto de noite. Passam loucuras nas cabeças de algumas mulheres.
Pouco tempo juntos e a garota já quis ir embora acompanhado de uma pessoa que
acabará de conhecer. Um estanho. E olha que a distância para o destino era de 22 km passando por um trecho
de estrada deserta e em plena madrugada. Acontecem muitos ocorridos com garotas
que saem com desconhecidos. Os noticiários informam muitos casos dessa
natureza. Tava com sorte a garota, não estava com uma pessoa de coração má. Nem
com um mau caráter. Assim o detalho. A garota chegou sã e salva no seu destino
final e com o coração transbordando de amor. Assim o imagino! A aurora já vinha dando o
sinal, já era a manhã do sábado. Antes da despedida daquele primeiro momento,
os números dos telefones celulares foram trocados para contatos futuros. No calor do momento foi combinado em ligar
para ela no sábado. Para reverem-se, conversarem. Não foi dada importância e a
primeira ligação não ocorreu. A importância foi dada artificial.
O domingo chega. Já era noite, mais cedo
ainda. Estava só em casa assistindo TV, o fone celular anuncia alguém chamando,
era a garota. Foram trocadas algumas ideias, e um começou, a saber, um pouco
mais do outro. No primeiro encontro só ficou sabendo apenas o nome e a onde
trabalhavam-se. Na conversa pelo celular foi que se ficou sabendo em que bairro
cada um morava, a garota foi convidada em ter um encontro. Não se pode cutucar
cobra com a vara curta. A garota foi convidada ir até a residência naquela
mesma noite. Foi ensinada em que mediações localizava a casa e chegando perto
foi dado as coordenadas. Pronto ela chegou. Recepcionada, foi convidada a
entrar. Sentou-se no sofá da sala e a TV a todo instante ligada. Sentou um num
sofá e outro no outro, conversaram, chegaram para perto um do outro,
abraçaram-se, beijaram-se. Um começou a conhecer mais o outro. Tava ficando
tarde ela pegou a sua motocicleta e refez o caminho de volta. Assim seguiu os
dias no desenrolar de um namora. As almas em chamas.
A cada encontro e a cada conversa as
relações foram se estreitando. Um passou, a saber, mais sobre o outro, as
manias, as rotinas, as amizades, os locais frequentados e tudo o quanto. Umas
ideias iam ao encontro, outras de encontro. Normal, o debate engrandece o
conceito do ser humano. As ideias surgem, o conhecimento enobrece, a emoção se
aflora. A discussão em um casal sobre determinada coisa ou assunto, deve servir
(ou deveria) para o amadurecimento e o engrandecimento dos conceitos. Ver o que
há de melhor. Incorporar o que tem de bom.
Quando duas pessoas têm conceitos
diferentes sobre algo, aconselha-se juntar os conceitos e fazer um ainda
melhor. Todo casal tem os seus momentos de turbulência. Por vezes não falamos
dos momentos bons, não elogiamos e nem parabenizamos nos momentos certos. Não
era pra ser assim. Muitas das vezes por uma coisa simples gera uma discussão
infindável. Relembramos os momentos ruins, para o momento ser tornar pior ainda
naquele instante. É como cutucar uma ferida cicatrizada. Sofre o que já sofreu.
Incompreensões acontecem. Poucas das vezes relembramos o que foi bom, com a
mesma freqüência quando lembramos o ruim. Isso geralmente quando estamos com
raiva, como se quisesse tornar o ambiente ainda mais insosso. Em um
relacionamento tem de haver dialogo, compreensão e respeito. Tem de ter amor na
convivência e companheirismo. Quando existe amor, um gosta do outro como o
outro é. Todos têm qualidades e defeitos. Ninguém é perfeito. Somos seres
humanos. Somos carregados de sentimentos. Temos a emoção à flor da pele. A
razão nem sempre prevalece.
Em uma relação tem de saber falar e
também saber ouvir. Não acontecendo, não
chegará a lugar algum. Chato é você começar a expor suas ideias e ser
interrompido na metade do seu raciocínio. Chato é ser incompreendido antes da
conclusão da exposição do seu dialogo. Mas como ser compreendido se não houve
dialogo? Se as partes não falaram e não foram ouvidas. Complicado e difícil.
Humanos, como entendê-los? Como ser uma pessoa melhor? Reconhecendo os seus
erros. Sim, é o começo. Não elogiamos e nem damos parabéns nos momentos
oportunos. Reclamamos o tempo todo. Não reconhecemos os nossos erros.
Reconhecer os erros é o começo para uma pessoa ser tornar melhor. Elogiar quando
a pessoa merecer. Ter humildade. Sem isso é “malhar a ferro frio”, é chorar em
pé-de-cova para o defunto levantar, é fazer oração sem fé. Não chegará a lugar
algum. Numa relação não existe o meu jeito e o seu jeito. Tem de ter o pólo
positivo e o negativo para gerar a eletricidade na vida. Tem de ter harmonia e
diplomacia.
Nos encontros e desencontros. Nos embalos e
desembalo. A vida segue seu percurso. O amor supera barreias. Não existe
distância que separe o amor. A distância é como a raiz junto à flor. O nosso
querer, o amor e a fé esta dentro de cada um. Todos têm que encosta-se ao seu ser
superior, para guiá-lo no caminho da luz, do certo. Você leitor, deve estar se
perguntando, e a garota. Que tanta embromação. Não leitor, eis a vida do ser. A
garota vai muito bem. A vivência influência o meio. É pura ficção. No tecer da
criação imaginária fazemos do real a mentira.
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