00:00:00

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Um fidalguense fala


(*) JOSSELMO BATISTA NERES

            Na Bíblia, Antigo Testamento, Livro Eclesiastes capítulo três, diz: “os tempos se impõem aos humanos. Tudo tem a sua hora, cada empreendimento tem o seu tempo debaixo do céu”. São Miguel do Fidalgo, Piauí, Brasil está nos idos do tempo presente. O povo fidalguense precisa suplantar as desordens ordeiras cravado no âmago. Esse tempo há de passar. Que Deus tenha comiseração das almas, que se aproveitam da ação vil alheia para tirar partidos em benefícios não figurado.  
            O povo fidalguense precisa de uma boa educação. Uma boa estrutura educacional. Bons exemplos a seguir. Agregar modelos fundamentais e levar o debate em linha crescente e consciente para o crescimento ativo do saber. ‘Povo pobre é povo sem cultura’. A educação é o guia na construção do fundamento.  Infelizmente não é o que se ver nos rincões de algumas cidades brasileiras. Por vezes alunos são transportados de localidades longínquas em “paus-de-arara”. Levando poeira, sol e chuva numa verdadeira falta de bom senso com aqueles que são o futuro do nosso país. É inadmissível isso acontecer em pleno século XXI. É certo que tempos atrás esse mesmo percurso se fazia a pé ou em lombo de jumento. Os tempos mudaram. Nova lei nasceu. O município tem que adquirir microônibus escolares para transportarem os alunos. Isso é o mínimo. Salários dignos para os professores ao invés dos míseros recebidos em suas jornadas de trabalho. Mais incentivo na construção do alicerce educacional um tanto quanto para o docente como para o discente.  
            O povo fidalguense precisa de serviço de Saúde com qualidade. Mais Segurança pública. Saneamento básico. Profissionais qualificados para guarnecer a estrutura e o bom andamento da mobilidade do município. Um bom administrador tem de dar assistência adequada para o povo.   
            Sob recomendação do Eclesiastes debaixo do céu há “um tempo para nascer, um tempo de amar, um tempo para chorar, um tempo para a guerra, um tempo para a paz, um tempo para plantar, um tempo para arrancar o plantado, um tempo para falar...”. Existem tempos para toda a veemência dos sentimentos.  Entendo o calor que faz vibrar de alegria e contentamento os espíritos de cada cidadão e cidadã de nossa cidade. Sob a inspiração que brota a cada canto desse município, compondo o ritmo da vida de cada pessoa, proclamo que todos tenham consciência, entendimento e conhecimento do que se passa na circunscrição administrativa e venha cobrar dos verdadeiros responsáveis pelo zelo da coisa pública. Faça valer o seu direito.

(*) JOSSELMO BATISTA NERES é funcionário do Banco do Brasil
E-mail: josselmo@hotmail.com

Crônica/Artigo publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí – UM FIDALGUENSE FALA – em 29/09/2013 na página 2 Opinião (Jornal Impresso).

Pode também ser conferida na Edição Eletrônica endereço abaixo:
http://www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx

O poder da palavra


(*) JOSSELMO BATISTA NERES

            A palavra carrega o peso institucional de quem a expressa. Palavra na língua portuguesa significa “som articulado, que tem um sentido” e tem a função de representar algumas ideias e pensamentos dos seres humanos. Refiro-me a um conjunto de letras do nosso alfabeto juntas e misturadas na forma escrita ou gráfica que tem o objetivo de buscar uma significação. 
             O Livro A Arte de Transmitir a Mensagem de quem vos escreve, lançado em dezembro de 2012, num breve comentário – não sendo nem Apresentação, nem Prefácio – estes foram escritos por renomados professores – escrevi um texto fundamentando o entrelaçar das letras formadas palavras presentes no livro. O nome do texto é Uma Palavra. O intuito do escrito foi além de dar uma ênfase e uma sustentação maior ao livro, foi também para explicar para o leitor o nascimento e o porquê de tudo. Recorri em certas passagens a outras palavras de autores credenciados na literatura para bem retratar e ambientar o calor da emoção imprimida em cada página ali no livro. A representação da palavra na sequência escrita (ou falada) do texto, os gramáticos chamam vocábulo e a ideia (ou sentido) que ele representa chamam de termo. Nem sempre é possível delimitar o sentido da palavra. As ideias muitas vezes não coincidem com a escrita. As palavras têm um sentido próprio e podem mudar de significado conforme o tempo e o local em que são usadas. 
            ‘A palavra tem poder’ – já li ou ouvi isso em algum lugar. A palavra empregada em contexto avesso a essência dos pensamentos, eleva os sentimentos e contamina a alma de forma avassaladora. Em algumas pessoas tem um efeito corrosivo. O texto Uma Palavra, aborda o embasamento necessário da construção da obra. Uma espécie de falar para o leitor, a imensa alegria da obra do criador. A palavra no bom contexto comove. Aflora o sentimento.  
            Quando quiser algo de alguém o convença com palavras que tenham alma... As sem almas ficaram para os pobres de espírito e para os ignorantes e inquietos pela falta do bom senso. O silêncio às vezes fala mais do que as palavras. As palavras podem ser usadas tanto para o bem como para o mal. Em alguns casos o silêncio é a melhor resposta. Em síntese é complicado explicar o poder que as frases têm dentro de um contexto falado ou escrito e principalmente o que exercem sobre o prenunciador, que tem uma ávida platéia atenta em deleite um tanto quanto inépcia.
          As palavras são letras misturadas – um verdadeiro quebra cabeças – junta-se fatos e acontecimentos. Noticias e informações. Criticas e elogios. A palavra explicando a própria palavra. Em vão. Em parte a palavra, imita o eco da compreensão. Em outra parte, a sensibilidade a qual é carregada na moldura da memória.

(*)JOSSELMO BATISTA NERES é funcionário do Banco do Brasil
E-mail: josselmo@hotmail.com

Crônica/Artigo publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí – O PODER DA PALAVRA – em 19/09/2013 na página 2 Opinião (Jornal Impresso).

Pode também ser conferida na Edição Eletrônica endereço abaixo:
http://www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx

Geléia geral ( II )


                  (*)JOSSELMO BATISTA NERES                                        
           
               Torquato defendeu com veemência as convulsões políticas, comportamentais e sociais do Brasil de então. No livro “TORQUAtália {GELÉIA geral}” obra reunida (Rocco, 2004) de Torquato Neto, organizado por Paulo Roberto Pires, encontramos detalhes riquíssimos do dia-a-dia do autor, e que serviu como pano de fundo na construção da literatura lá impresso. Com um talento inquestionável, com um estilo rebelde, inquieto e insaciável no tecer das palavras e com os sentimentos aflorados, Torquato Neto escreveu em vários jornais cariocas sobre os mais variados assuntos da cultura popular, entre os noticiários, manteve entre março a setembro de 1967 no Jornal dos Sports a coluna “Música Popular” – escreve sobre discos e movimentos relacionados à música. Falava de tudo um pouco. No jornal Correio da Manhã, Torquato escreve em junho de 1971 a coluna “Plug” - uma espécie de suplemento de cinema e cultura. Representava o som e imagem do cinema brasileiro. No jornal última Hora na coluna “Geléia Geral” Torquato escreve quase que diariamente de agosto de 1971 a março de 1972 - uma discreta revolução da imprensa da época. Torquato falou de tudo e escreveu para todas as classes da cultura reinante. Dava nome ao fogo. Levava as discussões a ferro e brasa. “TORQUAtália {GELÉIA geral}” reúne os escritos do Jornal dos Sports, Correio da Manhã e Última Hora.
            O ano de 1968 não termina bem para Torquato Neto. Em São Paulo, passa pela primeira das quatro internações a que vinha acontecer pelos excessos do álcool. Rompido com alguns companheiros tropicalista e deprimido, embarca para a Europa uma semana antes do AI 5. Fica sabendo da decretação do Ato Institucional na Holanda. (os companheiros que ficaram no país sofrem as truculências da ditadura). No ano seguinte já em Londres no seu “exílio”, a esposa Ana vai ao seu encontro.  Lá Alugam um apartamento e moram por alguns meses até se transferirem para Paris. Na viagem conhecem também Espanha e Portugal. Volta ao Brasil no inicio dos anos 1970 e sentindo-se alienado tanto pelo regime militar como pela ideologia de esquerda, as internações e o rompimento com diversas amizades, Torquato começa a se isolar. O refúgio foi o boteco e a maquina de escrever.
        Entre projetos novos e a depressão, Torquato empenhava-se na edição – única - da revista Navilouca. A revista seria uma espécie de resumo do movimento cultural alternativo da época. Em 1974 reunindo, Waly Salomão, Heraldo de Campos, Hélio Oiticica entre outros, com projeto de Luciano Figueiredo, Oscar Ramos e Ana Maria, a revista finalmente é publicada - em edição única conforme o planejado.
            Em depoimento-entrevista dado a Régis Bonvicino, Décio Pignatari disse que “Torquato era um criador-representante da nova sensibilidade dos não-especializados. Um poeta da palavra escrita que se converteu à palavra falada, não só à palavra falada idioletal brasileira, mas à palavra falada internacional. A palavra falada do Português do Brasil – e não o brasileirês, fosse piauiense, baiano, carioca ou paulista. Não era de folclorizar a língua... Era mais de ideologia do que de magia.”

                                                      (*)JOSSELMO BATISTA NERES é funcionário do Banco do Brasil
E-mail: josselmo@hotmail.com


Crônica/Artigo publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí – GELÉIA GERAL (II) – em 10/09/2013 na página 18 Galéria-Cultura (Jornal Impresso).

Pode também ser conferida na Edição Eletrônica endereço abaixo:
http://www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx