Compreendendo as sensações exatas
da frase: “quem lê, vai além do infinito”, de autoria do escritor picoense
Fontes Ibiapina, digo mais: quem lê, viaja em lugares nunca dantes percorridos.
Solta a imaginação. Desperta a emoção. Aflora os sentimentos. Aguça os
pensamentos. Oxigena o cérebro. Incita às opiniões. Liberta os limites das
interpretações variáveis... Enfim, para quem tem o hábito da leitura e de
rabiscar palavras não faltam temas a serem abordados, lidos e recriados no
campo literário. Assim creio.
As
palavras ao meio do contexto informam. Transmite a realidade de um determinado
ponto de vista do autor, e assim, o leitor com o senso apurado, constrói e
reconstrói a história com uma nova visão. As narrativas no campo da imaginação
a todo instante é editada e reescrita formando um novo enredo. A arte transforma
a maneira de pensar de um povo. Os representantes da maioria com raras exceções,
contribuírem com um sórdido subsídio com a literatura. Uma lástima.
Ausente de
incentivo e pouca subvenção do poder público, fazer arte por nesse torrão é
“malhar em ferro frio”. Em 1975, Fontes Ibiapina lançou o livro Paremiologia Nordestina e na
apresentação intitulada de “Rol de Porteira”, o escritor aborda a insatisfação
pela falta de um ambiente cultural mais ousado. Em um trecho do escrito o autor
solta o verbo: “quem não tem irmão brinca só. Tal o nosso caso aqui vivendo a
fazer literatura sem companheiro – solitário que nem gato de tapera, ou
João-de-barro viúvo. Quem não tem cachorro caça com gato. Tristezas não pagam
dívidas. Nem choro em pé-de-cova levanta defunto. Deixemos de pseudo
intelectuais, por sinal, lerdos que nem velha devota, vivam por aí afora
arrotando sapiência de Sábios da Grécia, dormindo que nem cobra preta estirada
em palheiro de cana e escondidos que só bode de bicheira. Que nos interessa
seus voos de marreca choca! Pura e sem mistura, besteira tentar acordar quem
dorme em leito de loiros fictícios de intelectualidade evaporante. Não adianta
assobiar quando o boi não quer beber água.” Esse trecho do calhamaço confirma a
desprezível verdade verdadeira no semear dos tempos.
No
âmbito literário, a construção do conhecimento vem ao encontro da exaltação da
cultura de um lugar, de uma região e aborda - com certeza - algumas reflexões
pontuais que contribui para a elevação do quociente crítico. Pegando emprestada a expressão do filósofo,
escritor, jornalista e político russo Alexandre Herzen, para complementar as
minhas, o literato afirma: “a literatura num país sem liberdade pública é a
única tribuna do alto da qual se
pode fazer ouvir o grito da sua indignação e da sua consciência”. Em tese é uma
autêntica conformidade com os fatos do tempo presente.
Adequadamente, um
ou outro pode querer demonstrar opiniões contraria das letras semeadas nessa crônica, essa é a
intenção, caso aconteça, terá todo o respeito e o entendimento e, as ideias
proferidas serão incorporadas no ego construtivo, porém, caros leitores,
mantenha o raciocínio acesso, a verdade é verdadeira, no entanto, deve existir
no observador a reflexão sobre a condicionalidade
padrão do encadeamento do discurso.
Josselmo Batista Neres
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 10/11/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 10/11/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na
íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:
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