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domingo, 2 de novembro de 2014

Casa de taipa

         A necessidade da alma fala mais alto, não tive como me curvar do ofício. Com o reflexo do cenário de outrora oscilando na memória querendo ganhar vida, não relutei, logo comecei a escrever esta crônica. A imagem do panorama das reminiscências principia no lugar Canto da Volta ao entorno da casa de Taipa. Uma espécie de edificação com pau-a-pique, entretecida de varas, cipó, barro, estrume de gado e pedra. A casa referente é coberta com telhas. Portas e janelas feitas de madeira serrada. O modelo das portas é do tipo partidas ao meio (parte de baixo e parte de cima). 
           A paisagem em volta com o passar do tempo foi se modificando. A visão da localidade mudou em todos os aspectos, assim como as pessoas vão se adaptado e acompanhando o desenvolvimento de cada realidade. Esse é o preceito básico do fundamento natural. Para centralizar o quadro da mudança não precisa voltar muito no tempo. Não careces retornar ao lugar antes perambulado, é só observar a vivência na circunscrição. As aldeias simples e ingênuas dantes vão se transformado pelos motores do mecanismo sistemático. Isso foi o que aconteceu com a casa de Taipa. Em geral as paredes rústicas, com a evolução passaram a ser construídas de adobe (cru e/ou assado), seguindo pelo estágio da alvenaria e bem à frente com a utilização de blocos. Dentro de cada época ouve a transformação de todos os tipos de materiais usados para erguer e solidificar os prédios.
         As cadeias evolutivas nutrem os pensamentos com as gravuras do meio envolvente, assim como, as formas de vivência vão sendo alteradas. Não muito distante, na casa de Taipa alusiva, o escuro silencioso e vazio das noites tenebrosas era amparada pela Lamparina a querosene. O liquido que fazia a combustão, era colocado no recipiente e o pavio feito de algodão dava claridade ao ambiente. Com a modernização dos tempos aparece o Lampião a gás, e bem logo veio à amplitude da virilidade luminosa com a Lâmpada movida à energia elétrica. Com o avanço da eletricidade os eletrodomésticos ganharam ênfase no cenário em progresso. O Ferro de engomar dantes movido com a combustão de brasas (carvão acesso colocado dentro do eletrodoméstico para aquecer), com a amplitude da propagação das redes de energia, assim como o ferro de passar roupas, todos os aparelhos elétricos de uso doméstico ganharam praticidade.
            Na casa de Taipa a água barrenta do cacimbão era a que abastecia os potes, consequentemente vem o poço tubular e na recente modernização a água chega de forma encanada, é só abrir as torneiras para se deleitar com o liquido precioso. Para cozinhar os alimentos, usava-se a combustão da lenha, depois veio o carvão, o fogão a gás e mais hodierno o micro-ondas que serve, um tanto quanto, para esquentar os alimentos, como para preparar alguns pratos. Os meios de transportes mais utilizados era o jumento e o cavalo, a bicicleta era um veículo de luxo para as pequenas viagens (a magrela ao passar do tempo serve quase só, para oxigenar o cérebro, as famosas pedaladas), no entanto, logo veio à popularização da motocicleta, um transporte prático, baixo consumo e eficiente, e em seguida os automóveis. O jumento e o cavalo, quase que por completo, alcançaram a carta de alforria. Para chegar à etapa da modernização, o processo segue o círculo natural. O que foi de último préstimo ontem, amanhã já pode está obsoleto. As construções em todos os aspectos da existência trilham a doutrina da lei natural.
           
                         (*) JOSSELMO BATISTA NERES 
E-mail: josselmo@hotmail.com 

Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 02/11/2014 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).

Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:

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