A necessidade da
alma fala mais alto, não tive como me curvar do ofício. Com o reflexo do
cenário de outrora oscilando na memória querendo ganhar vida, não relutei, logo
comecei a escrever esta crônica. A imagem do panorama das reminiscências
principia no lugar Canto da Volta ao entorno da casa de Taipa. Uma espécie de
edificação com pau-a-pique, entretecida de varas, cipó, barro, estrume de gado
e pedra. A casa referente é coberta com telhas. Portas e janelas feitas de
madeira serrada. O modelo das portas é do tipo partidas ao meio (parte de baixo
e parte de cima).
A paisagem em volta com o passar do
tempo foi se modificando. A visão da localidade mudou em todos os aspectos,
assim como as pessoas vão se adaptado e acompanhando o desenvolvimento de cada
realidade. Esse é o preceito básico do fundamento natural. Para centralizar o
quadro da mudança não precisa voltar muito no tempo. Não careces retornar ao
lugar antes perambulado, é só observar a vivência na circunscrição. As aldeias
simples e ingênuas dantes vão se transformado pelos motores do mecanismo
sistemático. Isso foi o que aconteceu com a casa de Taipa. Em geral as paredes
rústicas, com a evolução passaram a ser construídas de adobe (cru e/ou assado),
seguindo pelo estágio da alvenaria e bem à frente com a utilização de blocos.
Dentro de cada época ouve a transformação de todos os tipos de materiais usados
para erguer e solidificar os prédios.
As cadeias evolutivas nutrem os
pensamentos com as gravuras do meio envolvente, assim como, as formas de
vivência vão sendo alteradas. Não muito distante, na casa de Taipa alusiva, o
escuro silencioso e vazio das noites tenebrosas era amparada pela Lamparina a
querosene. O liquido que fazia a combustão, era colocado no recipiente e o
pavio feito de algodão dava claridade ao ambiente. Com a modernização dos
tempos aparece o Lampião a gás, e bem logo veio à amplitude da virilidade
luminosa com a Lâmpada movida à energia elétrica. Com o avanço da eletricidade
os eletrodomésticos ganharam ênfase no cenário em progresso. O Ferro de engomar
dantes movido com a combustão de brasas (carvão acesso colocado dentro do
eletrodoméstico para aquecer), com a amplitude da propagação das redes de
energia, assim como o ferro de passar roupas, todos os aparelhos elétricos de
uso doméstico ganharam praticidade.
Na
casa de Taipa a água barrenta do cacimbão era a que abastecia os potes,
consequentemente vem o poço tubular e na recente modernização a água chega de
forma encanada, é só abrir as torneiras para se deleitar com o liquido
precioso. Para cozinhar os alimentos, usava-se a combustão da lenha, depois
veio o carvão, o fogão a gás e mais hodierno o micro-ondas que serve, um tanto
quanto, para esquentar os alimentos, como para preparar alguns pratos. Os meios
de transportes mais utilizados era o jumento e o cavalo, a bicicleta era um
veículo de luxo para as pequenas viagens (a magrela ao passar do tempo serve
quase só, para oxigenar o cérebro, as famosas pedaladas), no entanto, logo veio
à popularização da motocicleta, um transporte prático, baixo consumo e
eficiente, e em seguida os automóveis. O jumento e o cavalo, quase que por
completo, alcançaram a carta de alforria. Para chegar à etapa da modernização,
o processo segue o círculo natural. O que foi de último préstimo ontem, amanhã
já pode está obsoleto. As construções em todos os aspectos da existência
trilham a doutrina da lei natural.
(*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail:
josselmo@hotmail.com
Crônica publicada no Jornal Diário do
Povo do Piauí em 02/11/2014 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na íntegra na Edição
Eletrônica no endereço abaixo:
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