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domingo, 16 de novembro de 2014

As cores de Oeiras

             Heitor mora em Picos e no final de semana dirigiu-se a Oeiras para visitar Letícia, sua filha de oito anos que reside na cidade. Já faziam trinta e quatro dias que não se viam. A saudade entre os dois estava transbordando, no entanto, quase todos os dias se falavam por telefone. Heitor e Letícia combinaram o encontro no sábado para amenizar a saudades. Aterrissando na Primeira Capital, Heitor teve como cartão de visitas um forte abraço e um formidável beijo da filha. Após a cena aconchegante seguiram para o centro da cidade em excursão. O meio-dia apontou e a escolha do local para o almoço fica a cargo da filha, que prontamente elege o restaurante desejado. Os dois permanecem no lugar por uma hora e antes, durante e depois da refeição conversam harmoniosamente. 
Saciados, chega o momento de evadirem-se da casa de pasto. Seguem rumo à casa de uns parentes que habitam na cidade. O dia estava com um sol a pino. Passados alguns minutos com os familiares, a filha chama o pai para continuar a peregrinação pela cidade. A praça situada em frente à Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória foi o ponto escolhido para dar inicio a jornada vespertino. Ficaram sentados por uns instantes na sombra de uma castanhola, e entre uma conversa e outra os olhos fitavam as paisagens e aproveitando o cenário em volta começaram a tirar fotografias, usando como pano de fundo a Catedral, o Museu de Arte Sacra, o Cine Teatro Oeiras, este tem a grafia do ano 1940 lavrado na fachada... Prédios do Centro Histórico e Cultural da cidade. Quase em frente onde estavam na Praça das Vitórias, o prédio da Prefeitura Municipal que outrora abrigou o Círculo Operário, antiga casa de Câmara e Cadeia da Província do Piauí, fazia parte do adorno.
Induzida pelo calor escaldante, a sede aguçou, então foram ao “Bar Dois Irmãos” (um estabelecimento que fica na frente do Museu), procurar água para refrescar a garganta. Compraram duas garrafas de água mineral e saíram em direção ao Passeio Leônidas Melo/Praça da Bandeira onde agrega os edifícios do Cine Teatro, Associação Comercial e o Café Oeiras. Beberam a água e ficaram por alguns minutos num banco em baixo de uma sombra refrigerada. Admirando o panorama ao entorno, Heitor comenta com Letícia sobre a casa ao lado da Praça das Vitórias (o Espaço Cultural Solar das Doze Janelas), a filha retruca: “é a Casa das Doze Janelas papai, eu fui lá no dia que teve um passeio do colégio”. A filha vendo o interesse do pai pelo assunto pertinente continuou: “eu também fui naquela casa, o dono dela tinha escravos”, apontando para uma casa que fica na mesma fileira do belíssimo prédio da Prefeitura. Como em Hollywood o nome “OEIRAS” estar grafado no alto do Morro da Cruz, e Heitor ao mostrar para Letícia o ponto turístico (visto da praça) localizado há alguns quilômetros, a curiosidade da filha foi despertada e lá foram os dois ao encontro de novas descobertas.
No caminho de volta ao avistar o Morro do Leme: “papai vamos lá na santa”, demandou a filha. O pai estava cansado das andanças mais não relutou. Prosseguiram em direção ao morro que tem bem no alto a estátua de Nossa Senhora da Vitória, padroeira do Piauí e da cidade. Após chegar e dar uma vista em volta, começaram a galgar os degraus até se ater aos pés da Santa. Assim como no Morro da Cruz, a vista da cidade do alto do Leme é privilegiada. Parabéns aos dois pela caminhada nas “cores de Oeiras”. Na próxima ida a Capital da Fé, aconselho continuarem a visitação pelo Patrimônio Cultural, e se eu for autorizado, como neste, o passeio ganhará vida.      

                         (*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail: josselmo@hotmail.com

Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 15/11/2014 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:

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