(*) JOSSELMO BATISTA NERES
Papel e
caneta postos para não deixar escapar o momento imponente. Estando em voga o
debate sobre a biografia dos famosos onde uns autoriza outros não autoriza, com
Heitor não ouve discussão – “está autorizado” frisou o Biografado. E olha que as
linhas escritas são dos caminhos retirados da circulação. Então autorizado,
vamos lá. Heitor nasceu da consciência ingênua. Fruto proibido. Vingou-se
permeado aos olhares curiosos. Surgiu ao mundo com a benção dos deuses da natureza
humana, para a perpetuação eterna. Nasceu na cidade de Oeiras e após correr dez
anos do seu nascimento foi registrado como tendo sido no município de São José
do Peixe. O sangue que corre nas veias de Heitor é de Jeová, mas no registro de
nascimento é como se fosse de Ramon. Mente em ebulição... A
literatura reinante encarregou-se de juntar os fragmentos e semear ao tempo
dando vida a real história. A verdade cravada no escopo do escrito tratou de
fazer justiça e elevar a consciência do enigmático caminho.
Carente no
canto dos contentes. Heitor é rotulado de gênio forte, destemido... Mas quem o estuda
em uma forma mais profunda ver humildade e generosidade. As emoções carregam os
fatos das dadas circunstancias. Heitor não se curvou a sorte imposta. Buscou-se
a sorte! Banhou-se no mar inocente e saiu com o dever de não menosprezar o que
a consciência o impõe. Nascido da pedra bruta, de natureza simples e sem opções
de escolhas, foi afinco no estudo para encontrar a porta do futuro.
Surgiu ao
mundo na inocência feliz, para seguir na carenagem da história. Dentre a sua
maneira não há regra a ser obedecida. Heitor elegeu no transcurso das andanças,
os obstáculos e os espinhos espalhados ao trajeto, como fatos tidos como necessários
para dar continuidade à vida. “Ainda bem que eles estavam lá (os obstáculos e
os espinhos), aprendi com eles, dei mais valor a vida”. Assim a vida tornou-se
vivida com mais ênfase, e como as grandes coisas já tinham a sua importância,
as pequenas foram dadas à importância merecida.
Fragmentos
da realidade. Libertado do sofrimento imposto pela barreira da censura, transpôs
a injustiça imposta na consciência e festeja a fertilidade. Traçou o destino.
Abandonou a falsa sombra e seguiu fazendo a própria história. “Não nasci para ser
coadjuvante, nasci para ser o personagem principal”. Para Heitor, “quando Deus
fecha uma janela abre uma porta” e como a vida não era tão fácil para ele, cada
degrau conquistado tinha um sabor imensurável. As confusões da mente, os
caminhos tortos e os espinhos encontrados nos percursos, foram usados para
amparar o senso e serviram como alicerce na construção da vida.
Não existe deus
que não seja o Deus de todos. O caminho a ser seguindo está dentro de cada um. Heitor
disse que para encontrar o que deseja “basta ter uma linha de pensamento e
seguir com calma deixando a naturalidade tomar conta da alma”. O mundo gira e a
direção seguida pela vida aos poucos vai sendo (re) escrita, ganhando forma e
espaço.
(*)JOSSELMO BATISTA NERES é funcionário
do Banco do Brasil
E-mail:
josselmo@hotmail.com
Crônica/Artigo
publicado no Jornal Diário do Povo do Piauí – HEITOR – em 31/12/2013 na página
02 Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferida na Edição Eletrônica endereço abaixo:
http://
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