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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Heitor


                                                  (*) JOSSELMO BATISTA NERES

            Papel e caneta postos para não deixar escapar o momento imponente. Estando em voga o debate sobre a biografia dos famosos onde uns autoriza outros não autoriza, com Heitor não ouve discussão – “está autorizado” frisou o Biografado. E olha que as linhas escritas são dos caminhos retirados da circulação. Então autorizado, vamos lá. Heitor nasceu da consciência ingênua. Fruto proibido. Vingou-se permeado aos olhares curiosos. Surgiu ao mundo com a benção dos deuses da natureza humana, para a perpetuação eterna. Nasceu na cidade de Oeiras e após correr dez anos do seu nascimento foi registrado como tendo sido no município de São José do Peixe. O sangue que corre nas veias de Heitor é de Jeová, mas no registro de nascimento é como se fosse de Ramon. Mente em ebulição... A literatura reinante encarregou-se de juntar os fragmentos e semear ao tempo dando vida a real história. A verdade cravada no escopo do escrito tratou de fazer justiça e elevar a consciência do enigmático caminho.
            Carente no canto dos contentes. Heitor é rotulado de gênio forte, destemido... Mas quem o estuda em uma forma mais profunda ver humildade e generosidade. As emoções carregam os fatos das dadas circunstancias. Heitor não se curvou a sorte imposta. Buscou-se a sorte! Banhou-se no mar inocente e saiu com o dever de não menosprezar o que a consciência o impõe. Nascido da pedra bruta, de natureza simples e sem opções de escolhas, foi afinco no estudo para encontrar a porta do futuro.   
            Surgiu ao mundo na inocência feliz, para seguir na carenagem da história. Dentre a sua maneira não há regra a ser obedecida. Heitor elegeu no transcurso das andanças, os obstáculos e os espinhos espalhados ao trajeto, como fatos tidos como necessários para dar continuidade à vida. “Ainda bem que eles estavam lá (os obstáculos e os espinhos), aprendi com eles, dei mais valor a vida”. Assim a vida tornou-se vivida com mais ênfase, e como as grandes coisas já tinham a sua importância, as pequenas foram dadas à importância merecida.   
            Fragmentos da realidade. Libertado do sofrimento imposto pela barreira da censura, transpôs a injustiça imposta na consciência e festeja a fertilidade. Traçou o destino. Abandonou a falsa sombra e seguiu fazendo a própria história. “Não nasci para ser coadjuvante, nasci para ser o personagem principal”. Para Heitor, “quando Deus fecha uma janela abre uma porta” e como a vida não era tão fácil para ele, cada degrau conquistado tinha um sabor imensurável. As confusões da mente, os caminhos tortos e os espinhos encontrados nos percursos, foram usados para amparar o senso e serviram como alicerce na construção da vida.  
            Não existe deus que não seja o Deus de todos. O caminho a ser seguindo está dentro de cada um. Heitor disse que para encontrar o que deseja “basta ter uma linha de pensamento e seguir com calma deixando a naturalidade tomar conta da alma”. O mundo gira e a direção seguida pela vida aos poucos vai sendo (re) escrita, ganhando forma e espaço.

(*)JOSSELMO BATISTA NERES é funcionário do Banco do Brasil

Crônica/Artigo publicado no Jornal Diário do Povo do Piauí – HEITOR – em 31/12/2013 na página 02 Opinião (Jornal Impresso).

Pode também ser conferida na Edição Eletrônica endereço abaixo:
http://www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx
 

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