00:00:00

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Sistema


            Estamos em tempo de eleições, momento este de reflexão e análise, para que possamos aprender a votar e viver conscientemente em sociedade. Entretanto, para isso precisa-se conhecer o âmago da organização social brasileira e tirar essa “venda dos olhos” que não nos permite enxergar nossa realidade tal como ela é.O que temos na verdade é uma visão ingênua e superficial, que nos é posta principalmente pelos meios de comunicação em massa. Pois se pedirmos para uma pessoa comum, na rua, para citar aspectos da realidade social brasileira, ela muito provavelmente, citará uma série de mazelas sociais, alguns citaram que somos um país muito rico em recursos naturais e que temos uma cultura popular rica e ainda uns poucos se lembrarão de citar que somos um país rico em indústrias, mercado consumidor, tecnologias, etc
E se perguntarmos qual a raiz desses problemas, a resposta será quase que imediata: os políticos. Mas, quando damos esta resposta acabamos por nos denunciar. Pois somos nós enquanto sociedade, consciente ou inconscientemente, quem os escolhemos. O que precisamos é redirecionar nosso olhar. Parar de acreditar que as grandes decisões de um país se dão apenas na esfera política, deixando em segundo patamar a esfera da educação e cultura. Não podemos esquecer que o processo de produção, suas formas de se estruturar, dividir e hierarquizar o trabalho também são questões que compõem as matrizes do modelo social. Pois é a atividade produtiva o eixo em torno do qual existimos como sociedade. O homem precisa produzir o que é necessário para sobreviver, o que inclui bens culturais e espirituais.
Entretanto, existe uma “fossa abissal” que separa os proprietários dos meios de produção (empresários) e os detentores da força produtiva (trabalhadores). Essa divisão de classes é única que existe, pois a chamada classe média nada mais é do que uma concessão (convencimento por adesão) que os capitalistas fazem para que estes acreditem também serem detentores do poder. Esse controle perpassa o viés econômico que, na verdade funciona mais como conseqüência do domínio cultural (idéias, valores) e político de nossa sociedade brasileira. Vivemos em uma sociedade que nos entende como objetos e não como sujeitos sociais. Temos nossas ações, escolhas impostas pelo costume, moda, propaganda e ideologia burguesas.
Para isso os empresários invadem a esfera política não com o intuito de fazer bem social de todos, de ajudar o Piauí, Brasil ou qualquer lugar que seja sem o intuito de atingir mais e mais o ápice de sua hegemonia. O que eles impõem na verdade é o voto de cabresto aos seus funcionários e tentam na esfera cultural disseminar a alienação. Eles na verdade, conseguem através do setor político ter o controle sobre a estrutura pública de financiamento, ficando um passo à frente de seus concorrentes e ainda manter o controle político geral da sociedade, portanto é neste âmbito que se torna contraditória a atuação do estado, supostamente criado para servir a todos.
Então nós como sociedade para votar conscientemente precisamos antes de tudo amadurecer nossa consciência política e social, passar a questionar, fazer uma analise crítica de tudo que nos é posto seja pelos meios de comunicação em massa ou discursos políticos. Precisamos sair da alienação coletiva em que nos encontramos e treinar nossa memória. Entretanto, isso só será possível através da busca pelo conhecimento.

Cássia Oliveira
http://desensibilidades.blogspot.com/

Nenhum comentário: