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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Precisa-se de presos

                As cadeias estão virando elefante branco. Até aí tudo bem. O que acontece é que ano após ano o número de presos vem caindo nas penitenciarias e o governo está encontrando grande problema pela falta de mão de obra por parte dessa população.
            Ouve uma época em que o sistema prisional brasileiro era superlotado. Presídio que tinham sido construídos para abrigar 300 detentos encontrava-se com mais do dobro da capacidade. Abarrotado. E o pior de tudo isso, era que gerava um custo absurdo para o governo, e o agravo maior era que toda essa população encontrava-se ocioso. Os presos, digamos assim, tinha certa mordomia. Dormia a noite inteira, após levantar tomava café da amanhã, às dez horas tomava banho de sol, almoçava, jogava bola pela tarde, jantava e pelas vinte e uma horas voltava para o sono. Com poucas alterações, a rotina era praticamente essa. Os que trabalhavam mesmo eram poucos. Os detentos tinham todo um tempo livre para planejar as ações maléficas.
            Anos após anos de tanto clamor da população os governantes resolveram mudar as leis e criaram projetos e mais projetos, eficaz, isso para englobar, todas as pessoas que se encontrassem encarcerados. As leis foram divididas em diversas categorias, isso conforme a penalidade que o preso estivesse respondendo. Com isso, o detendo passou de, ao invés de dá prejuízo para o Estado, agora é a força motriz para diversos serviços essenciais que antes custava uma grande quantia aos cofres públicos.
            Mediante o cumprimento das leis, os governos de todos os Estados brasileiros adquiriam diversos hectares em áreas rurais, isoladas e, dividiu a extensão das terras por setor de produção e, no meio desta, era fincada os Presídios, digo, a Casa de Estadia, nome dado pelo governo após a reforma no sistema prisional. A Casa de Estadia na sua estrutura conta com escola, ala de marcenaria, artesanato... e em toda a sua volta  brota a agricultura com diversas culturas de plantio. Fora isso, algumas pessoas dessa população de periculosidade menores, como medida cautelar, trabalham nos municípios prestando serviços como a capina, coleta de lixo, dentre outros. Quem passou pelo centro da cidade de Cândido Moura Fé (PI) nesta quarta feira dois de janeiro, viu uma fileira de pessoas fardadas e, todos com uma espécie de fita amaradas no tornozelo, tipo encangado, com certa distância um do outro trabalhando na limpeza da cidade e os agentes penitenciários ao longe nas viaturas de vigília.
A Casa de Estadia meus caros leitores, se vocês procurarem nos livros de história vai ver que se chamavam Casas de Detenção, Penitenciarias ou Presídios, uns chamados até de segurança máxima. Tudo isso findou pela ação do governo, tardia como conta a história, mas eficaz. Os detentos além de trabalhar de domingo a domingo para os próprios sustentos auxilia o governo em diversas mãos de obra, ajudando dessa forma, gerar riqueza para a Nação. Tirada a produção que é consumida pela população carcerária, o estoque do que é produzido na lavoura vai para as escolas, hospitais e instituições de caridades.
Depois do dia inteiro no labor, à noite os moradores vão para a Ala Educacional da Casa de Estadia. Os cursos são ministrados de segunda-feira a sexta-feira das dezenove às vinte e duas horas, além de outros profissionais contratados, os presos que tem um grau de instrução maior são os professores do complexo, onde o aluno adquire grau nas series iniciais reconhecido pelo MEC.
            O que chamou a atenção nessa primeira semana de janeiro de 2092 do ano cristão foi à manchete de alguns dos principais Jornais brasileiros: “Precisa-se de presos”. O governo estima que algumas Casas de Estadias estão com os dias contado e isso é devido, talvez, pelo grande número de escolas implantadas pelo governo, fazendo elevar o nível de consciência dos cidadãos e, pelo trabalho que são obrigados a prestar para o Estado.

                                                                                                                                                             Josselmo Batista Neres
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 10/01/2017 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).    
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx
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