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domingo, 9 de outubro de 2016

Embaixador sonoro do sertão

          
             Luiz Gonzaga foi homenageado em todo o Brasil e em especial em todo o nordeste brasileiro pela passagem do aniversário dos 100 anos completados em 2012. E assim segue todos os anos as homenagens em alusão à transição do seu aniversário. O instrumentista cantou e encantou o povo brasileiro com suas músicas regionais e semeou a cultura do nosso povo em todo o mundo. A Ordem do Mérito Cultural - OMC edição 2012 – ministério da cultura – merecidamente homenageou o compositor e cantor popular brasileiro, com a maior condecoração que, desde 1995, é outorgada pelo governo federal como forma de reconhecer as relevantes contribuições de personalidade e instituições à cultura brasileira. A cerimônia foi realizada no Palácio do Planalto, em Brasília e a Presidenta Dilma Rousseff destacou que “a cultura tem a característica de ser atemporal ao mesmo tempo em que reflete o tempo histórico mais do que qualquer outra manifestação da atividade humana”. A decoração foi composta de mandacarus, planta comum do nordeste, fotos e claro, muitas músicas interpretadas pelo ilustre varão.

            Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no povoado do Araripe na Fazenda Caiçara a 12 km de Exu Pernambuco e a 700 km de Recife, no dia 13 de dezembro de 1912 e, morreu em 02 de agosto de 1989 em Recife Pernambuco. Conhecido carinhosamente por diversos apelidos, como Rei do Baião, Majestade do Baião, Embaixador Sonoro do Sertão, Gonzagão, dentre outros.
            Na Biografia do Rei do Baião, escrito por José Fábio da Mota no Livro “Luiz Gonzaga, o Asa Branca da Paz”, o autor afirma que o último show realizado por Gonzagão, foi no dia 06 de junho de 1989 no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Recife, onde recebeu homenagens de vários artistas do país. Antes de finalizar o show, o intérprete proferiu as seguintes palavras: “Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor.”
            Segundo os especialistas, a música mais famosa de Luiz Gonzaga é “Asa Branca” que traz nas singelas palavras o canto do sofrimento do povo do sertão. Esta canção que é a mais conhecida e a mais regravada, a Majestade do Baião cantou o seu canto e encantou o mundo com a melodia dos versos: “Quando olhei a terra ardendo/Qual fogueira de São João/Eu perguntei a Deus do céu. ai/Por que tamanha judiação/Que braseiro, que fornalha/Nem um pé de plantação/Por falta d'água perdi meu gado/Morreu de sede meu alazão.” E assim segue a toada do grande mestre. Luiz Gonzaga foi e sempre será homenageado pela passagem de suas eras nas diversas partes do país e, em especial e com uma vasta programação na sua terra natal, Exu. O filme Luiz Gonzaga, de Pai para Filho, do diretor Breno Silveira, conta a emocionante história do Embaixador Sonoro do Sertão, que veio do interior do país para a cidade grande e conquistou uma legião de fãs. Estudado em diversas partes do mundo, o ilustríssimo cidadão brasileiro segue perpetuado à história e a cultura do nosso povo.


                                                                                                                                                                             Josselmo Batista Neres
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 07/10/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso). 

Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo: 
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