00:00:00

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Encontro inédito

             Peguei um livro na estante da minha modesta biblioteca que comprei em uma viagem na terra do meu Padre “Padim ciço”, Juazeiro do Norte e comecei a folhear. O encontro com as páginas foi inédito. Principiei com um diálogo leve e sutil procurando a verdade estabelecida entre a capa e a contracapa. Busquei entender o tempo, espaço e a forma impressa nas entrelinhas do conjunto de folhas reunidas. No fluxo da consciência incorporei o momento e reposicionei o dito das páginas com o encontro entre as almas. A conversa com a autora da obra foi produtiva. A viagem foi maravilhosa e no caminho da imaginação deparei-me com o encontro da resplandecente memoria e deslizei pelos privilégios dos pensamentos. Cada momento foi ímpar. As palavras ali impressas mim guiou ao encontro do devaneio.

Nos grotões do tempo eu “queria, que a vida estivesse escrita, inteira em um livro de páginas soltas, e quando a gente precisasse esquecer aqueles dias que tudo deu errado, que todos te julgaram, todos disseram te odiar, era só abrir e deixar as páginas da vida voarem, e simplesmente esqueceríamos tudo! Seria tão bom!”. A vida é embalada pelas vielas do tempo. Cada passagem no percurso da vida surge ordeiramente com começo, meio e fim, e segue o alinhamento do ritmo que principia os valores da conduta do cidadão. A realidade pautada pelos instintos da vontade geral do ser humano é transportada em meio à medida dos fatos em acontecimento. 
            O encontro com o inédito começa com o primeiro suspiro. Isso acontece quando deixamos de respirar pelo cordão umbilical para dar as boas vindas ao novo mundo, que acontece com o nascimento para a vida fora da barriga da genitora. Cada passo é um encontro inédito no romper do horizonte. A harmonia das passadas brota na mesma proporção dos ideais de cada pessoa, que no decorrer vão sendo semeadas e se difundindo entre as mentes e abrindo caminhos para a ampla propagação do saber. No encontro com o fascinante mundo dos livros, as palavras nos liberta e irradia a nossa imaginação. As lições retiradas de uma boa página transporta o leitor para um lugar nunca dantes percorrido. As palavras soltas no miolo entre as capas informam, ensinam e disseminam o conhecimento. As letras espalhadas pelo corpo do livro são como uma chuva fina que vai penetrando na cachola, enraizando o senso crítica e transformando as formas do entendimento. Os vocábulos são uma arma em meio à multidão; um alívio em momentos de agruras; um conselheiro em momentos de solidão; confissões da verdade em ficção... Um despertar para as mentes cruas.
Na trajetória da caminhada do bon vivant “a natureza segue suas próprias regras: desta maneira, você tem que estar preparado para súbitas mudanças do outono, o gelo escorregadio no inverno, as tentações das flores na primavera, a sede e as chuvas de verão. Em cada uma destas estações, aproveite o que há de melhor, e não reclame das suas características.” Leia um bom livro e deixe a vida ir amadurecendo com as ações de cada passo.  

 

(*) JOSSELMO BATISTA NERES 
E-mail: josselmo@hotmail.com


 Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 11/02/2015 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).  Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:

Nenhum comentário: