Peguei um livro na
estante da minha modesta biblioteca que comprei em uma viagem na terra do meu
Padre “Padim ciço”, Juazeiro do Norte e comecei a folhear. O encontro com as
páginas foi inédito. Principiei com um diálogo leve e sutil procurando a
verdade estabelecida entre a capa e a contracapa. Busquei entender o tempo,
espaço e a forma impressa nas entrelinhas do conjunto de folhas reunidas. No
fluxo da consciência incorporei o momento e reposicionei o dito das páginas com
o encontro entre as almas. A conversa com a autora da obra foi produtiva. A
viagem foi maravilhosa e no caminho da imaginação deparei-me com o encontro da resplandecente
memoria e deslizei pelos privilégios dos pensamentos. Cada momento foi ímpar.
As palavras ali impressas mim guiou ao encontro do devaneio.
Nos grotões do tempo eu “queria,
que a vida estivesse escrita, inteira em um livro de páginas soltas, e quando a
gente precisasse esquecer aqueles dias que tudo deu errado, que todos te julgaram,
todos disseram te odiar, era só abrir e deixar as páginas da vida voarem, e
simplesmente esqueceríamos tudo! Seria tão bom!”. A vida é embalada pelas
vielas do tempo. Cada passagem no percurso da vida surge ordeiramente com
começo, meio e fim, e segue o alinhamento do ritmo que principia os valores da
conduta do cidadão. A realidade pautada pelos instintos da vontade geral do ser
humano é transportada em meio à medida dos fatos em acontecimento.
O
encontro com o inédito começa com o primeiro suspiro. Isso acontece quando
deixamos de respirar pelo cordão umbilical para dar as boas vindas ao novo
mundo, que acontece com o nascimento para a vida fora da barriga da genitora.
Cada passo é um encontro inédito no romper do horizonte. A harmonia das passadas
brota na mesma proporção dos ideais de cada pessoa, que no decorrer vão sendo
semeadas e se difundindo entre as mentes e abrindo caminhos para a ampla propagação
do saber. No encontro com o fascinante mundo dos livros, as palavras nos
liberta e irradia a nossa imaginação. As lições retiradas de uma boa página transporta
o leitor para um lugar nunca dantes percorrido. As palavras soltas no miolo entre
as capas informam, ensinam e disseminam o conhecimento. As letras espalhadas
pelo corpo do livro são como uma chuva fina que vai penetrando na cachola,
enraizando o senso crítica e transformando as formas do entendimento. Os
vocábulos são uma arma em meio à multidão; um alívio em momentos de agruras; um
conselheiro em momentos de solidão; confissões da verdade em ficção... Um
despertar para as mentes cruas.
Na
trajetória da caminhada do bon vivant
“a natureza segue suas próprias regras: desta maneira, você tem que estar
preparado para súbitas mudanças do outono, o gelo escorregadio no inverno, as
tentações das flores na primavera, a sede e as chuvas de verão. Em cada uma
destas estações, aproveite o que há de melhor, e não reclame das suas
características.” Leia um bom livro e deixe a vida ir amadurecendo com as ações
de cada passo.
(*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail:
josselmo@hotmail.com
Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 11/02/2015 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso). Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:
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