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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Meio intelectual, meio de esquerda


                Em tempo de campanha eleitoral o que mais se observa no jogo político é a briga pelo poder e as artimanhas que cada um usa para se eleger. Vale até vender a mãe. Triste mesmo é saber que a maioria dos políticos brasileiros não tem compromissos sociais. Política baseada no modelo de troca de favores, apadrinhamento e nepotismo é a forma que os administradores públicos utilizam para justificar o processo democrático. São raras as exceções, os governantes que apresentam um plano de governo, do que faz política por vocação e do que serve a quem mais necessita.
           No cenário da política atual observamos de camarote o festival de troca de mandatos entre familiares. Os detentores dos mandatos políticos visando alguma astúcia e sem querer saltar do barco e deixar a vaga em aberta para outro aspirante, nesse momento o rodízio do poder acontece em plena luz do dia: Marido passa a vaga para a esposa, pai para filho, tio para sobrinho e ai vai. E quem disse que o marido, o pai, o tio vão ficar sem mandatos? Em suas astúcias os que ainda não tem mandatos no executivo, muitos vão se eleger no mesmo pleito eleitoral dos familiares a outras legislaturas. Caros leitores e eleitores vocês já ouviram falar em oligarquia? Este caso eu vou chamar de “familiarismo”. Mesmo sendo “meio intelectual, meio de esquerda” não sou contra a troca da cadeira do poder entre os familiares, bom para quem tem mecanismo para isto, agora o que sou contra é a perpetuação das ideias retrogradas, a falta de compromissos sociais, o vício administrativo repassado entre as gerações. Precisamos de políticos com ideais justos, com projetos inovadores, com modelos sofisticados de governança, com engajamento total no seu dever e acima de tudo que tenha vocação para o ofício.      
            Os políticos usam de manobras políticas em busca do poder e subestima a inteligência do eleitor. Como é uma prática corriqueira no cenário político brasileiro, poucos dão conta dos atrasos provocados por este modelo reinante. O mal é contagioso. O que sobra no jogo ardil dos mandatários falta em projetos de mobilização urbana, serviços sanitários básicos, educação, saúde e segurança de qualidade. Falta um plano político eficaz. O que existe de sobra é o banquete de politicagem. Nas plataformas políticas em época de campanha eleitoral os candidatos apresentam projetos mirabolantes e prometem o que nuca cumpre. Um exemplo da falta de dever dos nossos representantes é o abandono da coisa pública. No lugar de reformar e construir prédios escolares, equipar com biblioteca, sala de informática e etc. O que observamos são colégios já construídos caírem por falta de reforma e se não conseguem dar manutenção nas salas existentes, imaginem iniciar uma construção de um novo prédio, sorte mesmo é nenhum aluno se machucar debaixo das estruturas caindo aos pedaços. Alguns administradores reclamam na falta de dinheiro para a reforma de um prédio público, para o conserto de um veículo que vai servir a muitas pessoas... Mas sobra para pagar folha de pagamento com funcionários “fantasmas”, pagar aluguéis de carros de apadrinhados e tudo um quanto fora das normas da cartilha.
            Os políticos deixam a desejar. Para desviar a atenção do povo e atenuar os diversos problemas emplacados no seio administrativo, os governantes utilizam-se da política “pão e circo” para conter uma possível revolta. O pior é que enganam direitinho. A corrupção está enraizado em todas as hierarquias da política. Que venha a lei do retorno.

            (*) JOSSELMO BATISTA NERES 
E-mail: josselmo@hotmail.com

Crônica/Artigo publicado no Jornal Diário do Povo do Piauí – MEIO INTELECTUAL, MEIO DE ESQUERDA – em 13/02/2014 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).

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