Em
tempo de campanha eleitoral o que mais se observa no jogo político é a briga
pelo poder e as artimanhas que cada um usa para se eleger. Vale até vender a
mãe. Triste mesmo é saber que a maioria dos políticos brasileiros não tem
compromissos sociais. Política baseada no modelo de troca de favores, apadrinhamento
e nepotismo é a forma que os administradores públicos utilizam para justificar o
processo democrático. São raras as exceções, os governantes que apresentam um
plano de governo, do que faz política por vocação e do que serve a quem mais necessita.
No cenário da política atual observamos de
camarote o festival de troca de mandatos entre familiares. Os detentores dos
mandatos políticos visando alguma astúcia e sem querer saltar do barco e deixar
a vaga em aberta para outro aspirante, nesse momento o rodízio do poder
acontece em plena luz do dia: Marido passa a vaga para a esposa, pai para
filho, tio para sobrinho e ai vai. E quem disse que o marido, o pai, o tio vão
ficar sem mandatos? Em suas astúcias os que ainda não tem mandatos no
executivo, muitos vão se eleger no mesmo pleito eleitoral dos familiares a outras
legislaturas. Caros leitores e eleitores vocês já ouviram falar em oligarquia? Este
caso eu vou chamar de “familiarismo”. Mesmo sendo “meio intelectual, meio de
esquerda” não sou contra a troca da cadeira do poder entre os familiares, bom
para quem tem mecanismo para isto, agora o que sou contra é a perpetuação das
ideias retrogradas, a falta de compromissos sociais, o vício administrativo
repassado entre as gerações. Precisamos de políticos com ideais justos, com
projetos inovadores, com modelos sofisticados de governança, com engajamento
total no seu dever e acima de tudo que tenha vocação para o ofício.
Os
políticos usam de manobras políticas em busca do poder e subestima a
inteligência do eleitor. Como é uma prática corriqueira no cenário político
brasileiro, poucos dão conta dos atrasos provocados por este modelo reinante. O
mal é contagioso. O que sobra no jogo ardil dos mandatários falta em projetos
de mobilização urbana, serviços sanitários básicos, educação, saúde e segurança
de qualidade. Falta um plano político eficaz. O que existe de sobra é o banquete
de politicagem. Nas plataformas políticas em época de campanha eleitoral os
candidatos apresentam projetos mirabolantes e prometem o que nuca cumpre. Um
exemplo da falta de dever dos nossos representantes é o abandono da coisa
pública. No lugar de reformar e construir prédios escolares, equipar com
biblioteca, sala de informática e etc. O que observamos são colégios já
construídos caírem por falta de reforma e se não conseguem dar manutenção nas
salas existentes, imaginem iniciar uma construção de um novo prédio, sorte
mesmo é nenhum aluno se machucar debaixo das estruturas caindo aos pedaços. Alguns
administradores reclamam na falta de dinheiro para a reforma de um prédio público,
para o conserto de um veículo que vai servir a muitas pessoas... Mas sobra para
pagar folha de pagamento com funcionários “fantasmas”, pagar aluguéis de carros
de apadrinhados e tudo um quanto fora das normas da cartilha.
Os
políticos deixam a desejar. Para desviar a atenção do povo e atenuar os
diversos problemas emplacados no seio administrativo, os governantes utilizam-se
da política “pão e circo” para conter uma possível revolta. O pior é que enganam
direitinho. A corrupção está enraizado em todas as hierarquias da política. Que
venha a lei do retorno.
(*) JOSSELMO BATISTA
NERES
E-mail: josselmo@hotmail.com
Crônica/Artigo publicado no Jornal
Diário do Povo do Piauí – MEIO
INTELECTUAL, MEIO DE ESQUERDA – em 13/02/2014 na página 02 - Opinião
(Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na Edição Eletrônica endereço abaixo:
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