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terça-feira, 17 de julho de 2012

Reforma ortográfica: mais uma do Português


          32.12.2012, ou melhor, 1º de janeiro de 2013. A partir dessa data, passam a valer somente as novas regras definidas na reforma ortográfica da língua portuguesa. Até lá, ainda serão admitidas como corretas as duas regras. É que a reforma, em vigor desde 1º de janeiro de 2009, disponibilizou um período transição de quatro anos para as devidas adaptações dos impressos (livros, dicionários, etc.) e para que os falantes incorporem as novas formas de escreverem o português. Escrever! Atentai bem! Porque as mudanças foram apenas na forma de escrever, de grafar as palavras (ortografia deriva dos gregos ortho = correto; e graphos = escrita). Com a reforma, alegam seus protagonistas, haverá uma maior aproximação cultural e científica entre os lusófonos e um maior prestígio internacional da língua portuguesa. É esperar pra ver.
        As mudanças ocorreram basicamente em quatro campos: 1. No alfabeto - foram acrescentadas as letras k, w e y, que agora fazem parte do nosso abecedário. Elas furam a fila e ficam entre: j k l, v w x y z; 2. No trema, aqueles dois pontinhos que em alguns casos vivem montados nas costas do u – que foi eliminado das palavras portuguesas e aportuguesadas. Palavras como linguística, ubiquidade, tranquilo agora estão livres desse incômodo, mas continue falando “lingüiça”, “ubiqüidade”, “tranqüilo”. O trema continua presente nas estrangeiras: Müller, Bündchen, essa uma brasileiríssima de sucesso nas passarelas); 3. Na acentuação (retirada dos acentos agudo e circunflexo de algumas palavras. O EI e o OI de paroxítonas perdem o acento. Antes: assembléia, colméia, asteróide; agora: assembleia, colmeia, asteroide; antes: crêem, lêem, vôo; agora: creem, leem, voo; e 4. no emprego do hífen, aquele tracinho que serve para unir sequências (não tem mais hífen) de palavras, compostos, locuções e nas formações com prefixos. Agora ficou mais lógico, embora ainda confuso. Alguns exemplos: o parceiro do réu no processo (co-réu) passa a ser corréu (achou estranho? Sua companheira é corré); perdem o hífen locuções como fim de semana, mão de obra; emprega-se o hífen quando o prefixo termina com vogal igual à que inicia o segundo elemento: anti-inflamatório, micro-ondas; se as vogais forem diferentes, esqueça o hífen: extraoficial, contraindicação, semiárido, mas cuidado! Há caos em que essa regra não se aplica: pré-escolar, vice-presidente, não-agressão.. Complicou? Aí é outra história. Fica para a próxima. Um abraço!

Orisvaldo Mineiro
Jornal Diário do Povo do Piauí
16/07/2012

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