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sábado, 27 de novembro de 2010

Poeta da Saudade

            Antonio Francisco da Costa e Silva, o maior poeta telúrico do Piauí, nasceu na cidade de Amarante, em 23 de novembro de 1885. Estudou o primário em sua terra e partiu para o Recife, aproximadamente aos 18 anos de idade, onde cursou Direito. Ingressou no Ministério da Fazenda, após concurso, e passou a ser servidor do Tesouro Nacional. Nesse cargo, percorreu São Luís, Manaus, Porto Alegre e São Paulo.
            A poesia de Da Costa e Silva assenta-se em duas escolas: Simbolista, interpretada nos poemas de Sangue; e Parnasiana, que determinou a fixação de seus poemas. Apreciado poeta do seu tempo, Da Costa e Silva é a maior força da poesia telúrica do Piauí. Sobre ele assim se expressa Silveira Bueno: "Se o primeiro livro (Sangue, 1908) ainda oferecia alguma influência simbolista, já no segundo (Zodíaco) se firmava como verdadeiro parnasianismo, com reflexos de Verhaeren. Foi a melhor obra de toda a sua produção." Para Wagner Ribeiro "a poesia de Da Costa e Silva traz luminosa exaltação e um inebriamento comunicativo". Mário Rodrigues chega a compará-lo em grandeza com Edgar Allan Poe, Cruz e Sousa e Álvares de Azevedo. Arimathéa Tito Filho define-o como "alta afirmação da poesia simbolista nacional".
            As raízes de Da Costa e Silva estão plantadas em sua própria terra. Ela é um exemplo e um motivo. Diante dele não estamos apenas diante de um grande poeta, mas diante de um dos maiores valores da poesia universal. Recolheu-se ao silêncio, demente, em 1933, nunca perdendo a identidade e suas raízes. Sempre foi um artista completo, desde santeiro aos amigos da família, em Amarante, a poeta e desenhista, mostrando a vida para seu filho Alberto. Faleceu em 29 de junho de 1950.
            Os versos do poeta seguem rigidamente as normas ditadas pelas escolas literárias que busca seguir. Mesmo assim, não deixam de ter um cunho intimista e profundamente calcado nos sentimentos e pensamentos do autor. Da Costa e Silva não era um poeta meramente seguidor de normas, mas um ser humano sensível e ligado a todas as recordações de sua vida, seu passado, seus amores, sua família e sua terra natal.

OBRAS: Sangue (1908); Elegia dos Olhos; Poema da Natureza; Clepsidra; Zodíaco (1917); Verhaeren (1917); Pandora (1919); Verônica (1927); Antologia (coleção de poemas publicada em vida - 1934). Postumamente seu filho Alberto da Costa e Silva organizou uma coletânea de versos publicados em Sangue, Zodíaco, Verhaeren, Pandora, Verônica e Alambra - este último ainda inacabado. A edição saiu em 1950 com o título de Poesias Completas.

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