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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Juazeiro: árvore do sertão


               
                Este cronista, meu caro leitor, que fez o desenho do escrito que começara a ler, quando lhe foi dado à oportunidade de vim ao mundo e alcançou o entendimento do plano perfeito das coisas terrenas, já deu por conta da árvore do juazeiro, fincado em frente à casa da fazenda, isso na localidade Canto da Volta, no abençoado município de São Miguel do Fidalgo. Além do mais, o frondoso vegetal supracitado cobre com uma maravilhosa sombra, todo o vasto terreiro. Nas reminiscências sadias do outrora, o “pé de juá”, brota frequentemente na cachola, como uma das belíssimas imagens que ornamenta o cenário do torrão.
            O juazeiro é conhecido por diversos nomes, como por exemplo: juá, joá, joazeiro, juá-de-espinho, juá-fruta, enjuá, enjoaá, juá-mirim, laranjeira-do-vaqueiro, entre outros, no entanto, as denominações mais difundidas desta, que é uma das árvores símbolo do sertão brasileiro é juazeiro e juá. O “pé de juá” é uma espécie predominante da caatinga e, tem como nome científico ziziphus joazeiro.
             Tronco robusto, da família das ramnáceas, tem presença constante nas regiões do semiárido nordestino e, na minha descrição, mais precisamente na região do Vale do Fidalgo, no centro sul do Estado do Piauí, assim como, também acredito ser nos demais vales, a planta lenhosa se eleva aproximadamente uns dez metros de altura. Espinhosa, esgalhado desde o solo, o joá produz uma interceptação da luz espetacular e em tempos de calor escaldante, amenizar o ardor dos viventes do sertão. A laranjeira-do-vaqueiro é uma planta muito respeitada pelos caboclos, e entre as utilidades, serve de alimento para o gado na seca, para alimentação humana (os frutos são ricos em vitamina C), para fazer cabos de ferramentas agrícolas, para fazer carvão e, a madeira por ser muito durável, é usada no setor de movelaria, já as folhas e a entrecasca ("raspa de juá"), são indicadas para a fabricação de produtos de higiene e estética. Um tanto quanto, todas as partes da formosura supradita, têm a sua importância sublime.
            Dentre as cidades do imenso território brasileiro, que por um motivo ou outro, homenageiam a belíssima árvore, estão entre as que os pés deste já tocaram: Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, terra do Padre, Cícero Romão Batista (Padim Ciço, como é conhecido por milhares de romeiros) e, Juazeiro, no Estado da Bahia, situada às margens rio São Francisco (o velho Chico), um dos maiores curso de água natural do Brasil.
             Em tempos de estiagem causticante, o juazeiro é um dos raros arvoredos que não fica com a cor acinzentada nos períodos de extrema sequidão, e é nessa época que quando olhamos a imensidão das chapadas e enxergamos o vulto do verde em meio à vegetação seca e retorcida, logo vem à mente ser um “pé de juá”, isso por ser uma das poucas árvores que resistente o verão e, dificilmente as folhas caem, mantendo o verdejante característico sempre vivo.

 
                                                                                                                                                                             Josselmo Batista Neres
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 26/08/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso). 

Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo: 
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