Como toda moeda, a política também
tem as suas faces. Como toda história, a política também tem as suas versões e
os seus lados. E como toda regra tem as suas exceções, com a política também
não é diferente. No solo brasileiro ser político se tornou sinônimo de olhar
para o próprio umbigo, de supervalorizar apenas um dos lados: o próprio.
Ninguém manda
na consciência alheia. A arte de fazer política era para ser entendido como a
maneira hábil de agir, de ser astucioso no trato com a coisa pública, de servir
a quem mais necessita, de organizar democraticamente as demandas da incumbência
do cargo, de conduzir harmoniosamente o conjunto de negócios que permeia a
circunscrição administrativa e, que as pessoas que colocamos no poder para nos
representar, seguisse o modelo como reza a cartilha do entendimento comum. Na
verdade, pouca coisa do supradito é realizada. Agora vai entender como tais
políticos entendem o entendimento comum. Se não entendem, ai já é outra história.
Político era pra ser quem encontra uma
solução política, quem se dedica ao cargo com a alma, quem tem o espírito de
servir bem ao próximo e, quem tem virtudes de participar de um governo e seguir
a risca o seu papel. Infelizmente não é o que somos acostumados a ver.
Será que fazer
política e ou ser político no Brasil se não tivesse a função renumerada, alguém
iria se anunciar postulante a um cargo só para ajudar ao próximo? Amenizo. Será
que os pretendentes aos cargos políticos se candidatariam se tivessem que
trabalhar oito horas por dia, cinco dias na semana? A esta e aquela, dú-vi-de-o-dó.
Um cidadão normal que busca emprego sim, já o político que busca o poder, já
não sei. Na verdade os conchaves, as artimanhas e as ambições pelo poder é o
que fala mais alto. A política tem mais da arte da roubalheira do que da arte
de quem exerce por vocação, por amor em servir. Só tenho a dizer que é frustrante,
é lamentável.
Para
muitos a política é entendida como uma carreira, uma profissão... um emprego. O
cargo político eletivo é um poder dado a alguém para fazer valer as demandas
dos cidadãos, é uma função temporária dada pelo povo para representar a todos
que vivem na circunscrição administrativa e sem distinção. É uma missão.
Entretanto, não é como os nossos representantes entendem. O que mais sabem fazer
é a política do cinismo, a politicagem barata, ludibriar.
Acredito
que para fazer política com boas intenções tem que ter paixão, amor, estar no
sangue. Na verdade, entendo como um dom que vem de Deus. Todavia, o que ouvimos
falar nos noticiários diariamente é de desvios de verbas, superfaturamentos de
obras, apadrinhamentos... funcionários fantasmas. Tudo que há de pior na
política. O que deveria ter sinônimo de civilidade, o que ocorre com raras
exceções é o desvio de função e a prática do mando e desmando da coisa publica.
A lutar contra o sistema é árdua. O bom é saber que depois de uma noite escura nascerá
uma nova amanhã.
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Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 29/06/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Crônica publicada no JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ em 29/06/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na
íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:
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