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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Tempo presente

      Caminhando na pista de cooper a ermo, no compasso ouço música com o fone de ouvido e observo a via com o vai e vem dos pedestres e ciclistas. No momente do dinamismo de oxigenação do cérebro, os pensamentos em um impulso natural, de repente fazem um redemoinho na cachola pela busca da significação de como é feito a construção do tempo dentro da ocasião oportuna. O termo é instigante. No instante quase que instintivamente ergo o braço para ver as horas no relógio analógico e vejo os ponteiros em plena labuta. Vendo o tic tac da rotação do tempo, pensei: Como é valioso cada segundo, só quem sabe o valor é quem já deixou de viver algo por falta de uma fração. Um exemplo claro é um piloto de Formula 1, que perde o campeonato por um milésimo de segundo. No entanto, seguindo no ritmo em meio aos praticantes da atividade física e vendo toda a aglomeração espalhada pela avenida, o assunto pertinente floresce nos subsequentes vocábulos: O valor do Tempo. A construção do presente. A vivência do agora. O tema aguçou-me a curiosidade na retidão do alegorismo das palavras. As ideias afloraram. Peguei o celular no bolso do short, e mesmo em movimento cliquei na funcionalidade de mensagens e escrevi algumas palavras que veio de forma espontânea sobre o tópico concernente e as salvei. Chegando em casa e dirigindo-se a escrivaninha, as expressões se juntaram a outros e se complementaram, os quais, caro leitor, são estes espelhados pelo corpo dessa crônica.  
O tempo é o intervalo calculado pela imagem representativa da visão. O momento em pulsação. A fase em andamento. A duração dos fatos. O período. O hoje. O agora. Para nos situar no espaço dos acontecimentos vamos buscar as seguintes acepções dos termos “tempo” e “presente” para compreendermos as circunstâncias infindáveis das fases do tempo. Nos emaranhados de significados emblemáticos, roubei o parecer que segue por parecer meu: “Presente é um termo para designar o tempo do agora, que não é nem passado nem futuro. Como o tempo é algo que flui constantemente sem pausas, é impossível marcar o presente já que a cada intervalo de tempo que passa o presente vira passado, assim, o presente é constante e infinito”.
O poeta Cazuza em alusão a sucessão dos momentos, em um trecho da letra da música “O Tempo Não Pára” trovou: “Tuas ideias não correspondem aos fatos / O tempo não para / Eu vejo o futuro repetir o passado / Eu vejo um museu de grandes novidades / O tempo não para / Não para, não, não pára”. Isso é uma verdade. O tempo não pará, nós é que paramos no tempo. Basta olhar os ponteiros na rotação do sentido horário para ver que a duração de cada parte do compasso é fugaz, evapora-se em segundos e nos deixa atônito no espaço. O tempo é a vivência dentro de um período em sua extensão. O tempo é indefinível. Todavia, não tão claramente, a duração limitada intercorre no transcurso de cada período, de cada fase e de cada instante da vida. A sucessão dos momentos é subjetiva. Certeza é olhar para o relógio e saber que a cada segundo que ocorre é um segundo a menos na nossa existência. “O hoje é uma dádiva, o amanhã é um mistério”. Viva o agora.
           
(*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail: josselmo@hotmail.com

Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 09/12/2014 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:

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