Caminhando na pista de cooper a ermo, no compasso ouço música
com o fone de ouvido e observo a via com o vai e vem dos pedestres e ciclistas.
No momente do dinamismo de oxigenação do cérebro, os pensamentos em um impulso
natural, de repente fazem um redemoinho na cachola pela busca da significação
de como é feito a construção do tempo dentro da ocasião oportuna. O termo é
instigante. No instante quase que instintivamente ergo o braço para ver as
horas no relógio analógico e vejo os ponteiros em plena labuta. Vendo o tic tac
da rotação do tempo, pensei: Como é valioso cada segundo, só quem sabe o valor
é quem já deixou de viver algo por falta de uma fração. Um exemplo claro é um
piloto de Formula 1, que perde o campeonato por um milésimo de segundo. No
entanto, seguindo no ritmo em meio aos praticantes da atividade física e vendo
toda a aglomeração espalhada pela avenida, o assunto pertinente floresce nos subsequentes
vocábulos: O valor do Tempo. A construção do presente. A vivência do agora. O
tema aguçou-me a curiosidade na retidão do alegorismo das palavras. As ideias
afloraram. Peguei o celular no bolso do short,
e mesmo em movimento cliquei na funcionalidade de mensagens e escrevi algumas palavras
que veio de forma espontânea sobre o tópico concernente e as salvei. Chegando em
casa e dirigindo-se a escrivaninha, as expressões se juntaram a outros e se complementaram,
os quais, caro leitor, são estes espelhados pelo corpo dessa crônica.
O tempo é o intervalo calculado pela imagem
representativa da visão. O momento em pulsação. A fase em andamento. A duração
dos fatos. O período. O hoje. O agora. Para nos situar no espaço dos
acontecimentos vamos buscar as seguintes acepções dos termos “tempo” e “presente”
para compreendermos as circunstâncias infindáveis das fases do tempo. Nos
emaranhados de significados emblemáticos, roubei o parecer que segue por
parecer meu: “Presente é um termo para designar o tempo do agora, que não é nem
passado nem futuro. Como o tempo é algo que flui constantemente sem pausas, é
impossível marcar o presente já que a cada intervalo de tempo que passa o
presente vira passado, assim, o presente é constante e infinito”.
O poeta Cazuza em alusão a
sucessão dos momentos, em um trecho da letra da música “O Tempo Não Pára” trovou:
“Tuas ideias não correspondem aos fatos / O tempo não para / Eu vejo o futuro
repetir o passado / Eu vejo um museu de grandes novidades / O tempo não para /
Não para, não, não pára”. Isso é uma verdade. O tempo não pará, nós é que
paramos no tempo. Basta olhar os ponteiros na rotação do sentido horário para ver que a duração de cada parte do
compasso é fugaz, evapora-se em segundos e nos deixa atônito no espaço. O tempo
é a vivência dentro de um período em sua extensão. O tempo é indefinível. Todavia, não tão
claramente, a duração limitada intercorre no transcurso de cada período, de
cada fase e de cada instante da vida. A sucessão dos momentos é subjetiva. Certeza
é olhar para o relógio e saber que a cada segundo que ocorre é um segundo a
menos na nossa existência. “O hoje é uma dádiva, o amanhã é um mistério”. Viva
o agora.
(*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail:
josselmo@hotmail.com
Crônica publicada no Jornal Diário do
Povo do Piauí em 09/12/2014 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica
no endereço abaixo:
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