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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Terra que de tudo proporcionou-me...

fonte: jaicos.com
Terra que de tudo proporcionou-me...
Jaicós, minha querida Jaicós...
Entre lembranças boas e lembranças más
O tempo a que mim abrigasse rendeu esse poema
Poema que tenho pena de cada verso...
A cerca que me cercava foi à mesma que aprisionou-me.

Terra que de tudo proporcionou-me...
Vinte e oito de abril de dois mil e seis
Pela primeira vez segui a teu encontro
Pela primeira vez os meus olhos te avistaram
Pela primeira vez os meus pés te tocaram
Pela primeira vez por um instante os bons deuses abandonaram-me.

Terra que de tudo proporcionou-me...
Cidade maravilhosa, lugar impressionante
Povo amigo, cidade acolhedora
Homens honestos, homens desonestos
Mulheres bonitas e perfeitas, mulheres feias e sem caráter
Mulheres amigas e amantes... Mulheres do desprazer do existir.

Terra que de tudo proporcionou-me...
Entre o hoje e o ontem, o dia e noite
Entre a verdade e a mentira...
Nada acontece por acaso, tudo tem uma razão... que razão?
Jaicós... terra de tantos quantos feitiços e encantos
Em versos canto... a desarmonia e a infelicidade, o amor e a felicidade.

Terra que de tudo proporcionou-me...
Entre o certo e o errado
Entre o amor e o ódio
Entre o casamento e a separação...
As traiçoeiras rasteiras da vida derrubaram-me
O fogo do amor abandonou-me, a chama renasceu...

Terra que de tudo proporcionou-me...
Entre a namorada e a amante
Entre a mulher fiel e a infiel
Entre o céu e o inferno
Entre a melancolia e a solidão
Entre o sonho e o pesadelo.

Terra que de tudo proporcionou-me...
Entre a beleza e a feiúra
Entre a calmaria e a turbulência
Entre o vento e a tempestade
Entre a inteligência e a ignorância
Entre a lucidez e a loucura.

Terra que de tudo proporcionou-me...
Enganei e fui enganado
Cumprimentei a Deus e o diabo
Vi o símbolo do gallo no alto da Igreja...
Ouvi o sino tocar, os pássaros cantarolarem...
Fui a missas e a cultos, ouvi a palavra, ouvi os sermões.

Terra que de tudo proporcionou-me...
Nasceu o bem e o mal, o bem e o mal ensaiaram
Vi o feitiço, o ritual... que voltou ao encanto do seu encontro
Servi, deixei de servi, fui servido
Amei e não fui amado, fui amado e não amei
Mulheres as claras ou às escuras na terra do gallo enamorei...

Terra que de tudo proporcionou-me...
Na solidão de noites escuras em dias seguidos as claras presenciei
Entre as lembranças da felicidade e do terror!
A minha mente por instantes prolongados pertubaram-me...
Minha vida ficou como um cristal quebrado... Todo beco tem uma saída!
O mal que vei-me de encontro recolheu ao encontro da sua insignificância.

Terra que de tudo proporcionou-me...
Entre a liberdade e a prisão
Serranopolis, Serranopolis, bairro que morei
Banco do Brasil empresa que trabalhei...
Terra do Gallo... um forasteiro que por ali perambulei
Terra que nasceu a alegria, que veio às tristezas, que surgiu a felicidade!

Terra que de tudo proporcionou-me...
Entre a linha d’água, a dúvida e a certeza
Entre o bom vizinho e o mau vizinho, o amigo e o inimigo...
Em dezesseis de fevereiro de dois mil e nove
Entre as lembranças do passado e o pensamento no futuro
Segui o meu caminho... Vida que segui.

Josselmo Batista

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