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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Crônica: O lado oposto da covardia (Por Josselmo Batista Neres)

             O verbete covarde soa nos nossos ouvidos como uma palavra de tom pejorativo. Entendemos que uma palavra dentro de determinado contexto pode representar um outro significado, outro pensamento ou, uma outra ideia. As palavras são variáveis. Mas esse é um assunto para uma próxima crônica. Neste escrito quero dizer o que o verdadeiro conceito de covarde, representa para o ser de alma equilibrada. A redação do termo narrada no Mini Dicionário Aurélio (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira), diz o seguinte: covardia é a “falta de coragem; medroso; traiçoeiro; ato desleal que atinge apenas os fracos”. 
          Esses adjetivos dentre outros que a palavra traduz, em nenhuma delas é permitido semear em terrenos frutíferos a árvore da discórdia. O vocábulo tem um sentido forte e destruidor. Mata não só o sentimento e o ego do ser humano, mas o próprio espírito. Na verdade covarde é quem tem medo de enfrentar os obstáculos da jornada, é quem não tem coragem de levantar dos tropeços que a vida oferece e continuar o percurso, é quem é desonesto e traiçoeiro com o seu próximo, é quem não luta pelos seus sonhos, pelos seus objetivos, pelos seus ideais, é quem não corre atrás da pessoa amada, é quem não procura seu lugar na existência, enfim, é quem não busca por dias melhores. 
          Covardia é renegar a si mesmo, é deixar de viver a sua própria vida, é seguir ideias desaconselháveis de outras pessoas ao invés de formar a sua própria opinião, é falar e impor a sua argumentação e, não saber ouvir e debater no bom diálogo os pensamentos dos iguais, para tão logo montar um novo conceito e próprio do assunto outrora em litígio.
            É preciso existir a leveza, a simplicidade e a humildade para com o próximo. Arrogância e desrespeito com o modo de vida do seu similar, também se torna pela força da palavra uma forma de covardia. Devemos gostar (ou não), das pessoas assim como elas são. Ninguém muda ninguém. A mudança que exprimimos é da forma simples, honesta e inata de cada ser. Não tem como uma pessoa ser falsa com ela mesma. Pode até fingir, no entanto, cedo ou tarde a mascara poderá cai. Nesse caso falamos que a pessoa tem duas caras, duas personalidades e muda de humor ao sabor do vento. Aí sim, se tornaria uma pessoa falsa e, no manual dos bons costumes, praticar falsidade é uma das formas de incitar a covardia. Ou não?
          Covardia é o lado oposto de coragem, valentia, impávido, impetuoso, ousado e não se enfraquece com preocupações, receios ou medo. Um ente tranquilo e de bem com a própria paz, não ignora e nem desconhece a forma padrão dos comportamentos das pessoas.
 Deus criou o mundo perfeito, lindo, harmonioso e cheio de amor. Entretanto, para que a singeleza reine nos corações é preciso prevalecer entre as partes um balizador de boa conversa, e que a discordância uns com os outros sirva para o amadurecimento e o engrandecimento da discursão. Dirigir uma ofensa a uma pessoa injustamente fere o brio e o sentimento puro do indivíduo, na verdade, causa angustia e dor na alma do bon vivant.
Nem sempre é possível agradar a gregos e troianos. A bandeira branca acena simbolizando a paz. A caminhada continua.     

 
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Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 19/01/2016 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso). 
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo: 

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