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terça-feira, 12 de maio de 2015

Limites da interpretação

 À José Antônio da Silva, livreiro e pesquisador da fraseologia culta e popular.


            No Brasil a abertura da literatura se deu com o registro histórico da Carta de Pero Vaz de Caminha, quando escreveu do solo brasileiro para o rei de Portugal contando a “descoberta” da nova terra. Uns literatos definem literatura com uma coisa e tal, outros, como algo e tal. Defino como sendo manifestações artísticas escrita em prosa ou verso e, como um conjunto de produções que o autor trata como literários. Os limites das interpretações são variáveis. Na verdade a literatura está em todas as formas da escrita: além dos livros com gêneros de ficção como o romance, novela, conto, crônicas, poesia... Podemos também considerar os livros das ciências exatas como os de matemática, economia, administração... E a bula dos remédios, enfim, todos envolvem em seus textos, um modelo de literatura bem particularizada. Os contextos englobam um leque variável de teor com diversos gêneros que traduzem os sentimentos do redator. A natureza de um escrito pode até ser considerado mais do que o outro, todavia, a literatura informa, transmite e recria a realidade de um determinado ponto de vista do autor, assim, o leitor com o senso apurado, constrói uma nova visão com base na sua forma de entendimento.
           Mas afinal, o que é literatura? “Literatura é uma palavra com origem no termo em latim littera, que significa letra. A literatura remete para um conjunto de habilidades de ler e escrever de forma correta. Existem diversas definições e tipos de literatura, pode ser uma arte, uma profissão... um conjunto de produções. Literatura é a arte de criar e compor textos, e existem diversos tipos de produções literárias, como poesia, prosa, literatura de ficção, literatura de romance, literatura médica, literatura técnica, literatura portuguesa, literatura popular... literatura de cordel. A literatura também pode ser um conjunto de textos escritos, sejam eles de um país, de uma personalidade, de uma época, e etc.”
         A literatura é dinâmica, com o passar dos tempos o conceito do texto literário vai sendo alterado, ou pelo menos a acepção. Para uns o teor dos escritos é subjetivo, para outros, é objeto concreto da aprendizagem. A literatura tem o poder de fazer a articulação dentro dos mais variados gêneros e, registra o entusiasmo e o conhecimento dos povos de uma época. Literatura é ação. Entrelaça por diversos gêneros nos mais variados princípios teóricos e práticos aos gostos dos amantes das artes. “O reino das palavras é farto. Elas brotam de nosso pensamento de maneira natural, não temos a preocupação de elaborar o que dizemos ou até mesmo escrevemos. As palavras, contudo, podem ultrapassar seus limites de significação. Podendo, assim, conquistar novos espaços e passar novas possibilidades de perceber a realidade”.
             Definir literatura não é uma tarefa fácil. Principalmente pela gama de subjetividade. As palavras é a matéria-prima para o registro dos pensamentos no aspecto escrito e, como a forma de escrever e entender o escrito é algo bem individual, torna bastante difícil chegar a um consenso comum. Você não pensa assim? O bom é que, de um conceito podemos formar outro e, talvez ainda melhor que o anterior. A regra é essa.

(*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail: josselmo@hotmail.com



Crônica publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 12/05/2015 na página 02 - Opinião (Jornal Impresso).  Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo: 


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