O Brasil vai
jogar a final da Copa do Mundo no Maracanã contra a Argentina e será campeão
com um gol do paraibano Givanildo aos quarenta e seis minutos do segundo tempo.
Sim, o gol que vai dar a vitória ao Brasil é do nordestino mais conhecido como
Hulk. Na euforia da comemoração do Brasil campeão do mundo, por um instante os
problemas pela ingerência dos governantes vão ser esquecidos e lembraremos
apenas que a competição esportiva trouxe para a nação visibilidade, benefícios
com obras estruturantes para assegurar o espetáculo, a vinda de turistas de
diversas partes do mundo para prestigiar o evento, o volume da movimentação financeira,
além da alegria e comoção nacional com todo o patriotismo preso no peito em ter
visto a seleção fazendo bonito dentro de campo. Nada conta, a festa é linda e
necessária. O lado ruim da história é que o divertimento só vai durar 32 dias.
Recentemente
acompanhamos as manifestações espalhados pelo país afora com protestos contra os
gastos da Copa do Mundo e em uma nota assinada por uma das organizações de um
movimento acontecido em São
Paulo foi abordado entre outros tópicos à seguinte questão:
“os gastos bilionários na construção dos estádios não melhoram a vida da
população, apenas retiram investimentos de direitos sociais”. Deixando de lado à
precariedade dos hospitais, dos colégios, dos sistemas presidiários, da má
condição de muitos trechos de estradas, da falta de projetos estruturante para
melhorar a mobilidade urbana, da falta de construção e melhoria de aeroportos,
de portos marítimos e estradas de ferros para escoação da produção brasileira...
O mais tudo vai muito bem.
A alegria de
ter o Brasil sediando a Copa do Mundo é contagiante e incontestável. Entretanto,
os estádios de futebol que acontecerão os jogos ficam nos grandes centros e
alguns deles sem muita tradição no futebol e passando o período da Copa o campo
estará fadado a se tornar “elefante branco.” É lógico que para acontecer os
jogos é necessário ter uma boa estrutura para o espetáculo, isso é um fato. O
que se questiona é o volume de dinheiro público investido em uma única arena
onde, no entanto, devido aos subfaturamentos das obras o valor dos desvios daria
para ser construído outro palco futebolístico ou vários hospitais e colégios
com o montante surrupiado. Um verdadeiro desperdício. Cabe lembrar que quem
paga a conta é o povo com a carga pesada de impostos e muitos se querem vão ter
uma televisão para assistir aos jogos da Copa do Mundo, outros vão ter o aparelho
mais a energia vai estar cortada por falta de pagamento porque o salário do mês
só deu para os mantimentos e o remédio.
O
país do futebol também é o da corrupção, dos desvios de verbas públicas que
deveria ser lançado em beneficio do povo ao invés do bolso dos larápios; é o
país dos amontoados de enfermos nos corredores dos hospitais públicos pela
falta de mais centros de tratamentos e infra-estrutura necessária para o bom atendimento;
é o país da falta de prédios escolares, assistência e condições mínimas
adequadas de funcionamento um tanto quanto para o discente como para o docente da
rede pública. Brasil Hexacampeão Mundial de Futebol. Até quando a alegria do
título vai enganar os problemas que a sociedade brasileira enfrenta?
(*) JOSSELMO BATISTA NERES
E-mail:
josselmo@hotmail.com
Crônica
publicada no Jornal Diário do Povo do Piauí em 01/05/2014 na página 02 -
Opinião (Jornal Impresso).
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:
* http://www.diariodopovo-pi.com.br/Jornal/Default.aspx
Pode também ser conferido na íntegra na Edição Eletrônica no endereço abaixo:
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